PARNASIANISMO FAZER NO CADERNO
O parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França no final do século XIX, tendo como principal bandeira a oposição ao realismo e ao naturalismo, movimentos que ocorriam nesse contexto. No Brasil, esse movimento opunha-se principalmente ao romantismo, já que, apesar dos ideais românticos terem dado lugar ao realismo e ao naturalismo na prosa, ainda eram fortes suas características na poesia. Assim, os poetas parnasianos incorporaram em suas produções poéticas traços que se opunham diretamente à poesia romântica.
Em 1882, Fanfarras, de Teófilo Dias, é a obra que inaugura o parnasianismo brasileiro, movimento que se prolonga até a Semana de Arte Moderna, em 1922.
De postura anti-romântica, o Parnasianismo é baseado no culto da forma, na impassibilidade e impessoalidade, na poesia universalista e no racionalismo.
Os autores parnasianos criticavam a simplicidade da linguagem, a valorização da paisagem nacional e o sentimentalismo. Para eles, essa era uma forma de subjugar os valores da poesia.
A proposta inovadora era de uma poesia de linguagem rebuscada, racional e perfeita do ponto de vista formal. Acreditavam que, se estivessem apoiados no modelo clássico poderiam contrapor os exageros e a fantasia típica do movimento literário Romantismo.
Ao Parnasianismo, seguiu-se o Simbolismo, movimento que exalta a realidade subjetiva e que nega a razão explorada pelos parnasianos.
Características do Parnasianismo
Os parnasianos são esteticamente detalhistas. Ao se preocupar com a forma, valorizam o vocabulário culto, os sonetos, bem como as rimas raras.
Também de forma marcante, os temas da antiguidade clássica são observados nessa escola literária, cujos autores são realistas e objetivos e mostram as coisas como elas se apresentam, ou seja, de forma descritiva e sem lirismo, ou com exaltação de sentimentos muita vaga. Isso porque entendem que a arte já seja bela, de modo que não precisa ser explicada, pois ela vale por si.
Muitas características do Parnasianismo encontram-se presentes no Realismo. Observe, no entanto que, no Parnasianismo foram criadas apenas poesias, não existe prosa parnasiana.
Em resumo, as características do Parnasianismo são:
- Idealização da arte pela arte
- Busca da perfeição formal
- Preferência pelo soneto
- Preferência pela descrição
- Rimas raras
- Vocabulário culto
- Objetivismo
- Racionalismo
- Universalismo
- Apego à tradição clássica
- Gosto pela mitologia greco-latina
- Rejeição do lirismo
Contexto histórico
O fato dos parnasianos interpretarem o mundo de forma cientificista e positivista resulta do período em que esteve inserido, época de muitas invenções e avanços que traziam mudanças não só à economia, mas que transformavam a mentalidade das pessoas.
Isso porque, a valorização da ciência rompe com o subjetivismo, marca da escola literária anterior, o Romantismo.
Parnasianismo no Brasil
O parnasianismo brasileiro começou a ser difundido no país a partir de 1870, pois, no final dessa década, criou-se uma polêmica no jornal Diário do Rio de Janeiro, que reuniu, de um lado, os adeptos do romantismo e, de outro, os adeptos do realismo e do parnasianismo. Como resultado dessa querela literária, desenvolvida em artigos, conhecida como “Batalha do Parnaso”, houve uma difusão das ideias e das características do parnasianismo nos meios artísticos e intelectuais.
Autores do Parnasianismo no Brasil
Os principais autores do Parnasianismo no Brasil foram Olavo Bilac (1865- 1918), Raimundo Corrêa (1859-1911) e Alberto de Oliveira (1857-1937). Os três formavam a chamada tríade parnasiana.
Além deles, outros autores também merecem destaque: Augusto de Lima (1859-1937), Bernardino Lopes (1859-1916), Fontoura Xavier (1856-1922), Francisca Júlia (1871-1920) e Múcio Teixeira (1857-1926).
Olavo Bilac (1865-1918): Foi jornalista, inspetor de ensino e poeta. Foi também um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Publicou as seguintes obras: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Sagres (1898), Crítica e fantasia (1904), Poesias infantis (1904), Conferências literárias (1906), Tratado de versificação (com Guimarães Passos) (1910), Dicionário de rimas (1913), Ironia e piedade (1916), Tarde (1919).
Hino à Bandeira do Brasil
Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Apresentado no ano de 1906, o Hino à Bandeira do Brasil foi uma encomenda de Francisco Pereira Passos, prefeito do Rio de Janeiro, ao poeta parnasiano. Posteriormente, a letra foi musicada por Francisco Braga e visiva apresentar a nova bandeira nacional ao povo brasileiro.
Assim, aparenta ser uma declaração de amor ao país, transmitindo uma mensagem positiva e solar de esperança, paz e grandeza. Fazendo referência às cores e aos elementos da bandeira, a composição fala de um povo que ama a sua terra e tem mantém a fé num futuro risonho, num Brasil "poderoso" e "feliz".
https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-caracteristicas-e-contexto-historico/
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/parnasianismo.htm