Devolutiva / Correção de: quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Metonímia e Metáfora - Exercícios
Questão 1 - (Enem)
As doze cores do vermelho
Você volta para casa depois de ter ido jantar com sua amiga dos olhos verdes. Verdes. Às vezes quando você sai do escritório você quer se distrair um pouco. Você não suporta mais seu trabalho de desenhista. Cópias plantas réguas milímetros nanquim compasso 360º de cercado cerco. Antes de dormir você quer estudar para a prova de história da arte mas sua menina menor tem febre e chama você. A mão dela na sua mão é um peixe sem sol em irradiações noturnas. Quentes ondas. Seu marido se aproxima os pés calçados de meias nos chinelos folgados. Ele olha as horas nos dois relógios de pulso. Ele acusa você de ter ficado fora de casa o dia todo até tarde da noite enquanto a menina ardia em febre. Ponto e ponta. Dor perfume crescente...
CUNHA, H. P. As doze cores do vermelho. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2009.
A literatura brasileira contemporânea tem abordado, sob diferentes perspectivas, questões relacionadas ao universo feminino. No fragmento, entre os recursos expressivos utilizados na construção da narrativa, destaca-se a
a) repetição de “você”, que se refere ao interlocutor da personagem.
b) ausência de vírgulas, que marca o discurso irritado da personagem.
c) descrição minuciosa do espaço do trabalho, que se opõe ao da casa.
d) autoironia, que ameniza o sentimento de opressão da personagem.
e) ausência de metáforas, que é responsável pela objetividade do texto.
Resolução
Alternativa B.
No texto, está evidente a ausência de vírgulas. No entanto, para a exclusão de alternativas, é preciso saber que a alternativa E está equivocada, já que menciona a ausência de metáforas; no entanto, o texto apresenta metáfora, como: “peixe sem sol”.
Questão 2 - (Enem)
O autor do texto seguinte critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares.
“Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? [...]
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite — leite em pacote, imagina, Tereza! — na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: ‘Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais’. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5000 anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha [...]. O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!”
FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo, 22 de agosto de 1999.
A crítica do autor é dirigida:
a) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do gado leiteiro para a economia nacional.
b) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm substituído os produtos naturais por produtos artificiais.
c) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar sua qualidade e sabor.
d) à permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da domesticação de animais iniciada há 5000 anos.
e) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e que necessita de aperfeiçoamento tecnológico.
Resolução
Alternativa C.
No texto, há uma crítica à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, como o leite. Portanto, o leite é usado, metaforicamente, para referir-se aos demais alimentos tradicionais. Além disso, o autor constata a perda de critério dos consumidores para julgar sua qualidade e sabor.
Questão 3 - (Enem)
Texto I
Chão de esmeralda
Me sinto pisando
Um chão de esmeraldas
Quando levo meu coração
À Mangueira
Sob uma chuva de rosas
Meu sangue jorra das veias
E tinge um tapete
Pra ela sambar
É a realeza dos bambas
Que quer se mostrar
Soberba, garbosa
Minha escola é um cata-vento a girar
É verde, é rosa
Oh, abre alas pra Mangueira passar
BUARQUE, C.; CARVALHO, H. B. Chico Buarque de Mangueira. Marola Edições Musicais Ltda. BMG. 1997. Disponível em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 30 abr. 2010.
Texto II
Quando a escola de samba entra na Marquês de Sapucaí, a plateia delira, o coração dos componentes bate mais forte e o que vale é a emoção. Mas, para que esse verdadeiro espetáculo entre em cena, por trás da cortina de fumaça dos fogos de artifício, existe um verdadeiro batalhão de alegria: são costureiras, aderecistas, diretores de ala e de harmonia, pesquisador de enredo e uma infinidade de profissionais que garantem que tudo esteja perfeito na hora do desfile.
AMORIM, M.; MACEDO, G. O espetáculo dos bastidores. Revista de Carnaval 2010: Mangueira. Rio de Janeiro: Estação Primeira de Mangueira, 2010.
Ambos os textos exaltam o brilho, a beleza, a tradição e o compromisso dos dirigentes e de todos os componentes com a escola de samba Estação Primeira de Mangueira. Uma das diferenças que se estabelece entre os textos é que
a) o artigo jornalístico cumpre a função de transmitir emoções e sensações, mais do que a letra de música.
b) a letra de música privilegia a função social de comunicar a seu público a crítica em relação ao samba e aos sambistas.
c) a linguagem poética, no Texto I, valoriza imagens metafóricas e a própria escola, enquanto a linguagem, no Texto II, cumpre a função de informar e envolver o leitor.
d) ao associar esmeraldas e rosas às cores da escola, o Texto I acende a rivalidade entre escolas de samba, enquanto o Texto II é neutro.
e) o Texto I sugere a riqueza material da Mangueira, enquanto o Texto II destaca o trabalho na escola de samba.
Resolução
Alternativa C.
No Texto I, é possível apontar imagens metafóricas, como “chão de esmeraldas”, “chuva de rosas” e “cata-vento a girar”, além da valorização da escola de samba. Já o Texto II é utilitário, não literário e informativo, mas usa elementos subjetivos para envolver o leitor, como: “o coração dos componentes bate mais forte”.
Por Warley Souza
Questão 4
Assinale a única alternativa que possui metonímia:
a) Pedro é bom de garfo.
b) Serraram o pé na mesa.
c) Sua boca é como um túmulo.
d) A noite de veludo chegou friamente.
Resposta Questão 4
Letra A – Toma o continente pelo conteúdo.
b) Catacrese: é uma figura de palavra que ocorre quando, na falta de um termo específico para designar um conceito, utiliza-se outro por empréstimo a partir de alguma semelhança de conceito.
c) Comparação: figura baseada em uma relação de semelhança. Sempre haverá uma partícula comparativa entre os elementos confrontados.
d) Sinestesia: consiste em agrupar, em uma mesma expressão, sensações originárias de diferentes órgãos dos sentidos.
Questão 5
A única opção que não é uma metonímia é:
a) Conseguiu a aprovação com suor e lágrimas.
b) Comprou-lhe um diamante de noivado.
c) Não tinha um teto para abrigá-lo.
d) A Cidade maravilhosa continua linda.
Resposta Questão 5
Letra D. Trata-se de uma antonomásia, que consiste em identificar algo ou alguém não por seu nome, mas por uma característica que a difere das demais.
Questão 6
A definição de metonímia é:
a) ( ) é uma figura de palavra que ocorre quando, na falta de um termo específico para designar algo, utiliza-se outro por empréstimo a partir de alguma semelhança de conceito.
b) ( ) é a figura de linguagem que faz uso aproximado de termos opostos.
c) ( ) é a figura de linguagem usada para atenuar algo grave de ser dito.
d) ( ) é uma figura de linguagem que consiste na utilização de uma palavra no lugar de outra, com a qual haja uma relação de sentido.
Resposta Questão 6
Letra D.
a) catacrese
b) antítese
c) eufemismo
Questão 7
(Nosso Rumo) Na sentença, “Este seu Guignard é falso ou verdadeiro?”, o nome do pintor Guignard é empregado como uma referência para um quadro do mesmo pintor, ou seja, uma metonímia. Sendo assim, assinale a alternativa em que o uso desse nome tem a mesma função.
a) “Mas me diga só uma coisa: viu Guignard pintar este quadro?”
b) “Qualquer um vê logo que se trata de Guignard autêntico, Guignard da melhor época.”
c)“Guignard tinha alunos; e daí?”
d) “Eu não duvido nada, só que existem por aí uns cinquenta quadros falsos de Guignard, e então...”
Resposta Questão 7
Letra B.