terça-feira, 24 de novembro de 2020

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 Simbolismo

O Simbolismo é a escola literária que, no Brasil, compreende o período entre 1893 e 1910. Surgindo depois do Realismo e antes do Pré-Modernismo, tem origem na França, como reação ao materialismo e ao cientificismo. Assim, o Simbolismo caracteriza-se pelos ideais espiritualistas e oposição à objetividade.

Contexto histórico


A força do Simbolismo está no arrefecimento das correntes materialistas e cientificistas. É o auge da evolução burguesa, com a disputa das grandes potências pela diversificação de mercados, de consumidores e matéria-prima.

O processo industrial é alavancado pela unificação da Alemanha, em 1870, e da Itália, no ano seguinte. É o momento do neocolonialismo que fragmenta a África e a Ásia para as grandes potências mundiais.

Ou seja os simbolistas questionaram as conclusões racionalistas e mecânicas em voga na época, pois elas não davam espaço à existência do sujeito, servindo apenas como combustível para a ascensão da burguesia industrial. Buscavam algo além do materialismo e além do empirismo: um sentido de universalidade, que seria recuperado por meio da linguagem poética. Buscavam, ao contrário da impessoalidade numérica e tecnológica, os valores transcendentais — o Bom, o Verdadeiro, o Belo.

Também esse é o momento em que se projetam os fatores que irão desencadear a Primeira Guerra Mundial.

Nas artes, a projeção é de frustração, medo e desilusão, e o Simbolismo surge como uma forma de negar a realidade objetiva. Renascem, assim, os ideais espiritualistas.

O Simbolismo passa a ser a rejeição ao mecanicismo, por meio do sonho, da tendência cósmica e do absoluto. Abrange a camada da sociedade que está à margem do processo de avanço tecnológico e científico, promovido pelo capitalismo.

O movimento é marcado pela busca do homem pelo sacro e de um sentimento de totalidade, que faz da poesia uma espécie de religião.

As 9 principais características do Simbolismo

1. Oposição da realidade objetiva
Os temas abordados pelos autores simbolistas são subjetivos; fogem da realidade e do questionamento social.

2. Subjetivismo
O “eu” é valorizado. Assim, acredita-se que a verdade é encontrada na consciência, ao contrário do objetivismo.

3. Linguagem vaga
O Simbolismo apresenta uma linguagem muito particular, envolta em mistério e expressividade, elementos que proporcionam às suas obras os seus ideais imateriais e psíquicos.

4. Abuso de metáforas, aliterações, comparações e sinestesias


A presença dessas figuras nas obras do Simbolismo indicam que mais importante do que o significado real das palavras, está a sua sonoridade e o sentido poético.

5. Uso do soneto
O Simbolismo encontra a sua expressão na poesia, e não na prosa. Isso porque as obras simbolistas envolvem-se em lirismo.

6. Misticismo e espiritualidade
O poeta simbolista foge da realidade. As palavras utilizadas nos seus poemas reforçam essa característica, na medida que encontramos nas obras simbolistas o vocabulário litúrgico (arcanjo, catedral, incenso).

7. Religiosidade
Na poesia simbolista podemos identificar a presença de uma visão cristã aliada ao desejo da fuga da realidade.

8. Retomada de elementos românticos
O Simbolismo, tal como o Romantismo, exprime o desgosto com a racionalidade e, assim, almeja ir além do aspecto palpável das coisas.

9. Valorização da simbologia, em oposição ao cientificismo
As ideias são apresentadas de maneira simbólica, na qual se acredita estar o verdadeiro sentido de tudo.

Simbolismo no Brasil

O Simbolismo surgiu no Brasil em 1893 através das seguintes obras de Cruz e Sousa: Missal e Broquéis.

Missal é uma obra em que constam poemas escritos em prosa, enquanto Broquéis apresenta 54 poemas, dentre os quais 47 são sonetos.

O Simbolismo no Brasil compreendeu o período entre 1893 e 1910, quando deu lugar ao Pré-Modernismo.

Simbolismo em Portugal

Em Portugal, o Simbolismo surgiu em meio à crise da monarquia e foi inaugurado por Oaristos, de Eugênio de Castro, em 1890.

Oaristos é uma coletânea de poemas que foi escrita após o regresso do seu autor da França, onde teve contacto com poetas simbolistas, cujo movimento já influenciava a literatura portuguesa

O Simbolismo em Portugal compreendeu o período entre 1890 e 1915, quando teve início o Modernismo.

Principais autores do Simbolismo

Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens foram os principais representantes do Simbolismo no Brasil.

Em Portugal, Eugênio de Castro foi o responsável por inaugurar a nova escola literária.

Cruz e Sousa

João da Cruz e Sousa (1861-1898) apresenta na sua obra o vocabulário litúrgico e a obsessão pela cor branca.

São suas obras: Broquéis (1893), Missal (1893), Evocações (1898), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).

Alphonsus de Guimaraens

Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) tratou de apenas uma temática nos seus poemas: a morte da amada. 

São suas obras: Septenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923).

Eugênio de Castro

Eugênio de Castro (1869-1944) tem a sua obra dividida em duas fases: simbolista e neoclassicista.

São suas obras: Oaristos (1890), Horas (1891), Interlúnio (1894), Salomé e Outros Poemas (1896), Saudades do Céu (1899).







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