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2ªATIVIDADE PARA O 2º BIMESTRE
Leia o artigo e responda no final qual o seu entendimento sobre os temas solicitados:
OBS: NÃO É PARA COPIAR A RESPOSTA DO ARTIGO, VOCÊ DEVE FAZER UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA DO TEMA E O SEU ENTENDIMENTO.
Paulo César Pinho Ribeiro1
Pietro Burgarelli Romaneli de
Oliveira2
Culto ao Corpo:
beleza ou doença?
Body image: beauty or disease?
>
RESUMO
O culto ao corpo tornou-se, nos dias atuais,
cada vez mais frequente na adolescência e na juventude, constituindo uma
verdadeira obsessão principalmente em adolescentes e adultos jovens. Objetivo: Detalhar todas as
situações que têm acontecido na busca desse corpo perfeito é o objetivo
do artigo alertando os profissionais que trabalham com adolescentes
e adultos jovens para os riscos a que estão
sujeitos. Conclusão: Informar, esclarecer, entender
e dimensionar a questão, e responder à seguinte pergunta:
o culto ao corpo, uma simples questão
de beleza ou início de doença? levará
a uma reflexão profunda de como trabalhar e orientar nossos jovens
numa questão tão delicada e tentar, através da reflexão, resgatar a prudência e os valores
que esses jovens
possuem, mas, com certeza, não tem conhecimento deles. Estabelecer estratégias para um trabalho preventivo
certamente auxiliará nossos clientes na prevenção de situações de riscos que
esses procedi- mentos podem ocasionar.
>
PALAVRAS-CHAVE
Imagem corporal: beleza ou doença?,
preocupações com a imagem corporal, obsessão pela imagem corporal.
>
ABSTRACT
In today’s world, the cult of the body is
becoming increasingly important, developing into a real obsession, especially
among teenagers and young adults.
Objective: To detail all situations that have happened
in searching this perfect body is the objective of this article, drawing
the attention of practitioners working with adolescents and young adults to the
risks they may face. Conclusion: Informing, clarifying, understanding and sizing the issue, answers
are sought to the following question: is the cult of the body just a matter of beauty or the start of a disease?
The replies examine
how to work with and teach
young people about this delicate
issue, attempting through
reflection to retrieve
the prudence and values that these
young people have but certainly do not know. Establishing preventive work
strategies will surely help preclude high-risk behavior among them.
KEY WORDS
Body image: beauty or disease?,
worries regarding body image, body image obsession.
1Pediatra
com titulação em adolescência pela SBP, Editor da Revista Eletrônica SBP
Ciência, Professor de graduação e pós-graduação em adolescência da Faculdade de
Ciências Médicas de Minas Gerais, Mestre em Ciências da Saúde da Criança e do
Adolescente pela UFMG e Membro da Academia Mineira de Pediatria.
2Médico formado pela
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais; Médico do Programa de Saúde da
Família de Betim, Minas Gerais.
Paulo César Pinho Ribeiro (pcpinhoribeiro@yahoo.com.br) –
Rua Comendador Viana, 451 – Mangabeiras - Belo Horizonte – Minas Gerais – CEP 30.315-060
Recebido em 12/06/2011 - Aprovado em 03/08/2011
64 CULTO AO CORPO: BELEZA OU DOENÇA? Ribeiro e
Oliveira
>
INTRODUÇÃO
A imagem
corporal é uma construção mul- tidimensional que representa como os indivídu- os pensam, sentem e se
comportam a respeito de seus atributos físicos1.
A imagem
corporal exerce papel mediador
em todas as coisas, desde a escolha de vesti- mentas,
passando por preferências estéticas, até a habilidade de empatizar com
as emoções dos outros. Pode-se
dizer que a identidade humana é inseparável de seu substrato somático2.
Pesquisas
avaliando a insatisfação em re- lação à imagem corporal são poucas na biblio-
grafia médica no Brasil. Entretanto, tornam-se importantes se considerarmos o
crescente au- mento de transtornos alimentares, anorexia nervosa, bulimia,
obesidade, ortorexia, crudi- vorismo, os quadros
de vigorexia e dismorfismo
muscular, as cirurgias estéticas e protéticas e as
práticas diversas de mudanças na imagem cor-
poral tais como piercings e tatuagens.
Um
estudo, inquérito epidemiológico, em
1.183 alunos, faixa etária de 6 a 18 anos, em es- colas públicas e
particulares de Belo Horizonte, Minas Gerais, mostrou
que a maioria dos alunos (62,6%) estava insatisfeita com
seu corpo. Do to-
tal, 33,7% gostariam de ser mais magros, 28,9% gostariam de ser mais gordos
e 37,4% sentiam- se bem com o corpo.
Os resultados mostraram percentual elevado de alunos com insatisfação corporal, iniciando numa idade precoce
e sujeita a riscos pela
associação possível com
transtornos alimentares, baixa autoestima, limitações no de- senvolvimento psicossocial, depressão, manuten- ção de obesidade e outros riscos3.
Importante seria
estimular novas pesquisas e estudos sobre insatisfação
corporal em crian- ças e
adolescentes, aprofundando as causas e consequências, para que se possam
estabele- cer estratégias preventivas, evitando-se, assim, possíveis riscos à saúde física e mental
de nossas crianças e jovens.
A prática do
"culto ao corpo" é uma pre- ocupação geral, atravessando todos os setores, classes sociais e faixas
etárias, tendo como base
um discurso estético ou de
preocupação com a saúde. O culto
ao corpo está presente
em todos os segmentos
sociais, mas a maneira como ele se realiza no interior de cada grupo é diversifi- cada. A escolha da modalidade esportiva, da ginástica, da dança e da
academia em que se praticará a
atividade está associada, provavel-
mente, às demais esferas da vida e às
demais escolhas realizadas no mercado de bens4.
Hoje, vive-se um
momento do culto exa- gerado ao corpo e à estética: as cirurgias plásti- cas
triplicaram no país, observa-se um aumen- to dos frequentadores
de academias físicas e nunca venderam tanto cosméticos e produtos para
emagrecer, apesar da
crise econômica. É imperativo ser
bonito, musculoso, magro e saudável como resultado do grande consumo da imagem.
Adolescentes, adultos
jovens e idosos
bus- cam uma imagem
perfeita, não medindo
conse- quências para o alcance dos seus objetivos. Tor- nam-se criaturas
servis desse mundo de poder da imagem, e todos querem
a melhor academia, a melhor roupa esportiva ou
social, o perfume mais caro e importado, as grifes, o melhor carro e
o melhor corpo;
um corpo musculoso adquiri- do com o consumo de substâncias, sem gordu- ra, com pele lisa,
sem espinhas, sem estrias, sem rugas e até sem pelos. Essa é a
chamada era da estética, muitas vezes com procedimentos sem nenhuma ética.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os transtornos alimentares têm várias causas: biológicas, psicológicas e socioculturais, que agem em intensidade diferente, dependendo da pessoa.
ANOREXIA NERVOSA
Diversos fatores
de vulnerabilidade têm influência nos adolescentes que desenvolvem anorexia
nervosa:
§ Valorização da magreza
e repressão aos obesos.
Ribeiro e Oliveira
CULTO AO CORPO: BELEZA OU DOENÇA? 65
§
Culto
ao corpo imposto pela
mídia através de filmes, atrizes e modelos extremamente magras.
§
Sociedade que exige
uma competitividade e sucesso da mulher.
§ Hereditariedade.
§
Famílias muito
críticas, rígidas, intrusivas e mães incisivas, com muita exigência em rela-
ção à definição corporal da filha.
§
Relação afetiva
distante com o pai, o qual apa- rece como figura mais fraca, e
conflito com a figura materna.
A
anorexia nervosa é um transtorno ali- mentar
grave, cuja mortalidade gira em torno de 15%. Inicia-se entre 13 e 17 anos, sendo
nove vezes mais comum em meninas.
Caracteriza-se por perda de
peso, magreza com autoimagem distorcida (enxergam-se gordas)
e presença de preocupação excessiva em não engordar (adoção de dietas rígidas, jejum e conhecimento das tabe- las de calorias) e com excesso
de atividade física.
A anorexia nervosa
é doença crônica,
de di-
fícil controle, necessitando de acompanhamen- to persistente devido às recidivas. A faixa etária mais acometida está entre os 10 e 19
anos5,6. É uma doença que afeta
mulheres, pré-púberes, adolescentes e adultas, assim como homens, mas com menor frequência no sexo masculino.
BULIMIA NERVOSA
Inicia-se no final
da adolescência até os 40 anos
e é mais frequente em mulheres, as quais le- vam
em média cinco anos para buscar
ajuda pro- fissional, usam laxantes e inibidores de apetite.
A doença
caracteriza-se por ataques de grande ingestão alimentar, episódios de bulimia, seguidos de vômitos forçados por
medo de ga- nho ponderal. Os valores de vida são centrados na aparência, baixa autoestima, com tendência ao isolamento social e sentimento de culpa, ex- cesso de atividades físicas e irritabilidade.
Suas principais
complicações clínicas são decorrentes da forma como o paciente elimi-
na o excesso de comida após o
episódio de "comer compulsivo". Os vômitos repetidos podem determinar
quadros de esofagite, gastrite, síndrome de Mallory-Weiss, esôfago de Barrett,
hipertrofia de glândulas salivares e desgaste do esmalte dentário; pneumotó-
rax, pneumomediastino e fratura de costela podem ocorrer por vômitos vigorosos.
Catár- ticos e laxativos podem causar esteatorreia, pancreatite aguda,
hiperamilasemia e eleva- ção da aldosterona sérica. O sinal de Russel (lesão no
dorso da mão pelo trauma repetido dos dentes incisivos na provocação dos vômi-
tos) é patognomônico. Em geral, os pacientes bulímicos apresentam alteração no
comporta- mento: hábito de fazer dieta mesmo quando o peso é proporcional à
estatura, crítica cons- tante a alguma parte do corpo e insatisfação, mesmo ao
perderem peso, com diminuição gradativa das atividades sociais.
OBESIDADE
A obesidade é
considerada um problema de saúde pública devido a sua alta incidência na
população em geral. De acordo com os da- dos da Organização Mundial de Saúde
dos seis bilhões de habitantes do planeta 23,4% estão com excesso de peso. No
Brasil, calcula-se que 40% da
população brasileira estão acima do peso normal. Considerando-se os fatores de ris-
co, as probabilidades de uma criança
ser obesa aumentam em função da obesidade dos pais, sendo de 80% se ambos os pais forem obesos
e de 50% se apenas
um dos pais for obeso.
Entre- tanto, 14% desenvolvem obesidade mesmo sem ter nenhum dos pais obeso. Fatores
endógenos: causas endócrinas ou genéticas (5% dos casos). Fatores
exógenos: interrupção precoce do alei- tamento
materno, alimentação excessiva ou ina- dequada (com altos teores
calóricos), distúrbios familiares, distúrbios emocionais, características próprias
da adolescência, estilo de vida e medi-
camentos (95% dos casos).
66 CULTO AO CORPO: BELEZA OU DOENÇA? Ribeiro e
Oliveira
>
ORTOREXIA NERVOSA
Um novo transtorno alimentar, a ortorexia nervosa,
está aparecendo nos países desenvolvi- dos.
Esse transtorno alimentar ainda não foi reco- nhecido oficialmente pelas
autoridades médicas. O termo ortorexia vem das palavras gregas “or- thos” (correto, apropriado) e “orexia”
(apetite). A ortorexia nervosa
é caracterizada pela obsessão
patológica por alimentos biologicamente puros,
o que acarreta restrições importantes na dieta.
Pacientes com
ortorexia nervosa excluem da dieta alimentos que consideram impuros
por ter herbicidas, pesticidas e
substâncias artificiais. Eles também se preocupam em excesso com as técnicas e materiais usados na elaboração dos alimentos. Essa obsessão ocasiona perda de re- lacionamentos sociais e insatisfações afetivas, as quais por
sua vez favorecem as preocupações ob- sessivas sobre os alimentos. Na ortorexia nervosa a pessoa inicialmente deseja melhorar sua
saúde, tratar uma doença ou emagrecer.
Finalmente, a dieta torna-se a parte mais importante da vida.
VEGANISMO7
Corrente do vegetarianismo, os adeptos do veganismo buscam respeito à vida e ao
plane- ta. A opção consiste em cortar da alimentação, do vestuário e dos produtos de uso no banheiro
qualquer item de origem animal. Então, quais- quer alimentos de origem animal
ou derivados de animal são proibidos, tais como: carne,
fran- go, peixe, leite, ovos, mel, gelatina, bem como roupas feitas com
couro de animais, seda, pro- dutos como remédios, cosméticos, sabonetes e pastas de dentes desenvolvidos a partir de testes
com animais. Também são proibidos entreteni-
mentos em circos, zoológicos, touradas,
rodeios ou formas de diversão que utilizem de animais e venda e compra de animais de estimação.
Torna-se
importante alertar que atenção deve ser dada à reposição de vitamina B12, que
deve ser feita por suplementos alimentares ou medicação. Sabemos que durante a puberdade
aumenta a necessidade de ferro na dieta e para
que se evite a anemia ferropriva é importante prover alimentos ricos em ferro
ou medicação junto a alimentos com vitamina C que ajudam na absorção do ferro.
CRUDIVORISMO
O nome é dado à
prática alimentar que prioriza somente a ingestão de alimentos
crus ou, como os próprios seguidores dizem,
de comida viva. Chamada de crudívoras ou crudivoristas, es- sas
pessoas seguem uma dieta bem semelhante à dos
vegetarianos. O diferencial é o limite de tem-
peratura em que os alimentos são preparados.
“Os cardápios que
excluem determinados grupos alimentares, o crudivorismo, que bane os alimentos
de origem animal das refeições, podem
apresentar deficiências nutricionais. Vale ainda tomar cuidado com a
ingestão de carnes cruas: mal cozidas,
elas podem transmitir sérias doenças como a teníase, com sintomas de vômi-
tos, gases e grave desconforto intestinal8.
VIGOREXIA
Nos dias atuais é
importante construir um corpo musculoso a qualquer custo, e sabendo que diversas
substâncias se encontram
disponí- veis para ganho de massa muscular faz com que, a cada dia, aumente não só o uso
pelos adoles- centes e jovens masculinos, mas também pelo público feminino.
Muitas vezes, pela euforia
do momento, os jovens
iniciam o uso dos esteroides anabolizan- tes, substâncias que podem ter efeitos colaterais graves, levando, inclusive, à morte.
No Brasil, estudo
em academias de Porto Alegre demonstra que 24,3%
dos frequentado- res usavam esteroides anabolizantes. Em 34% dos casos,
eram utilizados por vontade própria;
em 34%, por indicação de colegas; em
19%, indicação de amigos; em 9%, de
professores; e em 4%, por indicação médica.
Ribeiro e Oliveira
CULTO AO CORPO: BELEZA OU DOENÇA? 67
Os usuários de associações de anabolizantes atingem 80% e destes, 35% experimentaram de- pendência física e psicológica. As principais moti- vações para o consumo dessas
substâncias foram a aquisição de força (42,2%),
aquisição de beleza (27,3%)
e a melhora no desempenho (18,2%)9.
No Brasil,
a preocupação não é tanta
com os atletas, mas com aquele
jovem adolescente que, no seu imediatismo, quer ganhar massa e mús- culos rapidamente, um
corpo atlético em curto prazo, entregando-se aos anabolizantes receita- dos, muitas vezes, por instrutores e professores
de educação física sem nenhum conhecimento na área e que, além de indicar,
vendem essas dro- gas, compradas em farmácias e sem exigência de receita médica apesar da tarja vermelha com os
dizeres "venda sob prescrição médica"10.
Efeitos colaterais do abuso de esteroides: aumento de peso;
aumento da massa
mus- cular e óssea, tremores, acne severa, retenção hídrica,
virilização, dores articulares, aumento da pressão sanguínea, diminuição do HDL
e aumento do LDL, alterações nos testes de fun- ção hepática, tumores
hepáticos, alterações no hemograma,
estrias, exacerbação da apneia do
sono, lesões do aparelho locomotor e riscos de AIDS por compartilhar seringas.
Outros efeitos também são descritos:
§
No homem,
há a diminuição ou atrofia
do vo- lume testicular (20%
dos casos), diminuição da espermatogênese com redução da conta- gem de
espermatozoides (90% dos casos),
impotência, infertilidade, calvície, desenvol- vimento de mamas, dificuldade ou
dor para urinar, aumento da próstata e ginecomastia, às vezes, irreversível;
§
Na mulher, ocorre o
crescimento de pelos com distribuição masculina, alterações ou au- sência de ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição de
seios (atrofia do tecido mamário);
§
No adolescente,
observa-se a maturação es- quelética precoce com fechamento prema- turo das
epífises ósseas, com baixa estatura e puberdade acelerada levando a um cresci-
mento raquítico.
O abuso de
anabolizantes pode causar va- riação de humor, incluindo agressividade e rai-
va incontroláveis, levando
a episódios violentos como suicídios e homicídios,
principalmente conforme a frequência e o volume utilizados. Usuários apresentam
sintomas depressivos ao interromperem o uso e sintomas de síndrome de abstinência,
a qual pode contribuir para a dependência.
Também é possível
experimentarem um ciúme patológico, quadros
psiquiátricos (maní- acos e esquizofrenoides), extrema irritabilidade,
ilusões, podendo ter distorção de julgamento em relação a sentimentos de invencibilidade, distra- ção, confusão mental
e esquecimentos, além de
alterações da libido
com as suas
consequências.
É importante
destacar o distúrbio de per- cepção de imagem corpórea apresentado por alguns
dos usuários dessas substâncias (quadro
clínico, denominado como “dismorfismo mus- cular”,
“vigorexia”, “bigorexia” ou “síndrome
de Adônis”): apesar do enorme ganho de massa
muscular corpórea, o indivíduo sempre se acha fraco em relação ao outro.
Prevenção - os
profissionais da saúde que atendem aos
adolescentes devem questioná-los, durante a entrevista, sobre
o uso dessas substân-
cias. Torna-se imprescindível alertar que a prá- tica do esporte é importante
na adolescência, entretanto, é preciso tempo para se conseguir um resultado. O
jovem desconhece que há um limite genético para o desenvolvimento muscu- lar que depende de atividade física ordenada e
supervisionada, de repouso
e alimentação orien- tada e adequada.
TANOREXIA
Do inglês “To Tan” – bronzear-se. Indi- víduos obcecados
em manter o corpo bron- zeado. Atinge homens e mulheres entre 25 a 35 anos e,
também, adolescentes de 16 a 18 anos. Estudo
feito na Universidade da Virgínia, nos Estados
Unidos, e publicado no American
Journal of Health Behaviour em
400 estudantes mostrou: 40% declararam ter começado
a fa- zer bronzeamento artificial aos 17 anos, 27% declararam-se tanoréxicos
e vítimas em poten- cial de câncer
de pele.
O bronzeamento se
dá pela exposição ao sol e a máquinas de bronzeamento. A depen- dência às
máquinas de raios UVA é causada, segundo os pesquisadores, pela endorfina,
substância gerada no cérebro que produz um efeito relaxante e faz com que o
indivíduo se sinta bem. Esta obsessão pode acarretar con- sequências graves
como o fotoenvelhecimento prematuro ou o câncer de pele, um dos tipos de
cânceres mais frequentes, que em 90% dos
2 milhões de novos casos diagnosticados a cada
ano no mundo ocorrem em consequência das radiações ultravioletas.
CIRURGIAS ESTÉTICAS
E PROTÉTICAS EM RAPAZES
A implantação de próteses de silicones nos homens, inclusive em adolescentes e
adultos jovens, tem aumentado segundo pesquisas e jovens entrevistados. As próteses mais comuns são as do tórax (peitorais), bíceps, tríceps, glú- teos e panturrilha. Dentre
as próteses citadas,
as de peitorais são as mais procuradas. Segundo a empresa Silimed, que as produz,
houve aumen- to de procura de 40% de 2006 para 2007 e mais nos estados de SP, RJ e
ES11.
CIRURGIA COSMÉTICA GENITAL FEMININA
Vários são os
procedimentos nos consul- tórios: estreitamento vaginal, lipoaspiração,
flacidez e perda de volume dos grandes lá- bios, correção dos pequenos e
grandes lábios, peeling,
rejuvenescimento vaginal a laser e reconstituição do hímen. Muitos desses pro-
cedimentos de alto custo, mas, independente do custo, são procurados pelas
mulheres em quase todas as faixas etárias.
PIERCINGS E TATUAGENS
O uso de piercings e de tatuagens é con- siderado
uma prática milenar. Os objetivos de sua utilização variam de cultura para
cultura, como, por exemplo, já serviram para
marcar criminosos e escravos,
comunicação de espiões, identificação nos campos
nazistas, ritos de pas- sagem,
devoção religiosa e espiritual, demons- tração de bravura, marca de
fertilidade, pro- messas de amor,
amuletos, talismã, proteção, movimento hippie
(anos 60-70), movimento punk (anos 80-90), entre outros12.
Atualmente vem se tornando cada vez mais popular entre os jovens de diversos
países e em todas as ca- madas
socioeconômicas e é considerado uma moda entre os adolescentes.
O
pediatra deve abordar esses assuntos
com
o adolescente e seus familiares, com postu- ra ética
e sensata, dispondo de corretas informa- ções e orientações.
A tatuagem é a
inserção na derme de pigmentos insolúveis, que podem permanecer indefinidamente
na pele. O pigmento mais fre- quentemente utilizado é a tinta da China.
Tanto a colocação de piercing como a aplicação de tatuagem
podem causar compli- cações. As complicações
incluem: infecção ou sangramento no local de sua inserção, em re- gião
umbilical, seguida da orelha e nariz; riscos de transmissão de HIV, hepatite
B, C e tétano; e formação de queloides e eczema.
TATUAGENS
O uso de tatuagens e piercings
pode envol- ver o adolescente em determinadas situações de risco, sem que ele, muitas vezes, tenha capaci- dade de
percebê-las ou de se preocupar com consequências futuras. Deve ser clara e explícita
a orientação ao adolescente sobre todas as po- tenciais complicações,
descrevendo o procedi- mento desejado e suas consequências a curto e longo prazo. Estratégias de redução dos
riscos, como as orientações de perfurações em partes
Ribeiro e Oliveira
menos sujeitas a complicações, podem ser úteis. Deve haver sensibilização do
adolescente aos cuidados específicos de manutenção12.
Tem-se observado a
vulgarização do mo- dismo, isto é, as tatuagens pequenas estão se tornando maiores
e os piercings vêm
aumentan- do em número
e em locais, provavelmente pela diminuição do preconceito e pela disseminação do seu uso no mundo dos
“famosos”. Começa- se a observar atitudes mais radicais como os “body modifications”, que é a técnica de modifi-
car o corpo de diversas formas, como marcá-lo a ferro (“branding”), cortarem-se com navalha, mutilações (cortar a língua ao
meio), implantes e alargamento do lóbulo da orelha12.
Deve-se considerar
na consulta a oportu- nidade de identificar os motivos que levaram o
adolescente ao uso de piercings e
tatuagens e diferenciar uma crise de identidade ou um modismo de um transtorno de
personalidade ou de perversão12.
CONCLUSÃO
“É preciso resgatar valores. Mostrar aos jo- vens suas habilidades internas e promover
o resga- te da prudência para
sensibilizá-los a manter sua saúde integral e seu potencial de
crescimento e desenvolvimento físico.
Orientar os jovens que vi- ver é muito mais que ter, consumir
e adquirir bens. O importante
é Ser e não Ter ou Parecer.
Viver é buscar,
entender e dimensionar aquilo que nos ca- racteriza como seres humanos. É preciso
pensar...
questionar... ter consciência crítica refletir.
Só assim poderemos
usufruir da liberdade que traduzo como consciência de limites. Livres, conduziremos nossas vidas”.
REFERÊNCIAS
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10. Ribeiro PCP. Alerta: os riscos dos esteróides anabolizantes. Boletim da associação mineira de adolescência. Belo Horizonte, 1999.
11. Sandoval
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12. Gejer D, Beznos
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atualização de condutas em pediatria - Sociedade de pediatria de São Paulo 2006;19:2-7.
2ª
ATIVIDADE PARA O 2º BIMESTRE
Leia o artigo e responda qual
o seu entendimento sobre os seguintes temas:
OBS: NÃO É PARA
COPIAR A RESPOSTA DO ARTIGO, VOCÊ DEVE FAZER UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA DO
TEMA E O SEU ENTENDIMENTO.
1. TRANSTORNOS
ALIMENTARES.
2. ANOREXIA
NERVOSA.
3. OBESIDADE.
4. BULIMIA
NERVOSA.
5. ORTOREXIA
NERVOSA,
6. CRUDIVORISMO.
7. VEGANISMO.
8. VIGOREXIA.
9. TANOREXIA
10.PIERCINGS
E TATUAGENS
11.CIRURGIAS
ESTÉTICAS E PROTETICAS EM RAPAZES.
12. CIRURGIA
COSMETICA GENITAL FEMININA
8. VIGOREXIA.
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