Caros
alunos dos 6º anos: A,B,C o conteúdo abaixo define, mostra as diferenças e dá
exemplos entre a linguagem culta e a linguagem coloquial. Leiam com atenção. (Se possível peçam para suas mães fazerem a leitura junto com vocês).
Conhecer as
diferenças entre a linguagem culta e a linguagem coloquial é importante para o
aprimoramento das competências linguísticas dos falantes.
Você já ouviu falar sobre os
níveis de linguagem?
A língua é um código utilizado
para elaborar mensagens, sendo, portanto, um dos mais eficientes meios para a
comunicação entre os falantes. Os níveis de linguagem dizem respeito a duas
modalidades da língua, ambas executadas em diferentes contextos
comunicacionais. São elas:
→ Linguagem
culta: Essa modalidade
é responsável por representar as práticas linguísticas embasadas nos modelos de
uso encontrados em textos formais. É o modelo que deve ser utilizado na
escrita, sobretudo nos textos não
literários, pois segue
rigidamente as regras gramaticais. A norma culta conta com maior prestígio
social e normalmente é associada ao nível cultural do falante: quanto maior a
escolarização, maior a adequação com a língua padrão.
Observe o
exemplo:
Venho solicitar a clarividente
atenção de Vossa Excelência para que seja conjurada uma calamidade que está
prestes a desabar em cima da juventude feminina do Brasil. Refiro-me,
senhor presidente, ao movimento entusiasta que está empolgando centenas de moças,
atraindo-as para se transformarem em jogadoras de futebol, sem se levar em
conta que a mulher não poderá praticar este esporte violento sem afetar,
seriamente, o equilíbrio fisiológico de suas funções orgânicas, devido à
natureza que dispôs a ser mãe. Ao que dizem os jornais, no Rio de Janeiro, já
estão formados nada menos de dez quadros femininos. Em São Paulo e Belo
Horizonte também já estão se constituindo outros. E, neste crescendo, dentro de
um ano, é provável que em todo o Brasil estejam organizados uns 200
clubes femininos de futebol: ou seja: 200 núcleos destroçados da saúde de
2,2 mil futuras mães, que, além do mais, ficarão presas a uma mentalidade
depressiva e propensa aos exibicionismos rudes e extravagantes.
→
Linguagem coloquial: é
aquela utilizada em nosso cotidiano nas situações em que o nível de formalidade
é menor, portanto, requer menor adequação às regras gramaticais. A linguagem
coloquial, ou linguagem popular, é mais dinâmica, sendo marcada por grande
fluidez verbal, já que não existe a preocupação excessiva com a norma-padrão da
língua. Nela são permitidos recursos expressivos da linguagem, como gírias, e
pode ser mais facilmente encontrada nos textos literários, nos quais se admitem
licenças poéticas. Observe um exemplo:
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
São notáveis as diferenças entre
a linguagem culta e a linguagem coloquial, contudo, isso não significa que
exista uma modalidade superior à outra. Ambas, variedade padrão e não padrão, devem ser respeitadas e seus usos
devem estar condicionados ao contexto comunicacional no qual o falante está
inserido. Saber quando utilizar cada uma das linguagens faz do falante um
poliglota do próprio idioma que sabe definir o momento adequado para adotar
cada um dos níveis de linguagem. É preciso ressaltar que, embora o conhecimento
das variedades linguísticas amplie nossas possibilidades de comunicação, é a
norma culta que garante a manutenção da unidade linguística de um país.
Notaram a diferença da Linguagem Culta e da Linguagem Coloquial? Nas Próximas aulas vamos continuar!