Continuação da
atividade anterior
5ª questão de interpretação de texto
– (Enem
2012 – Segundo Dia)
“Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda,
“um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou
inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor
de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas,
indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor
de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para
ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte
de seu acervo inédito será digitalizada.
História
Viva, n.° 99, 2011.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da
futura digitalização de sua obra, depreende-se que:
a)
a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam
compreender seus romances.
b)
o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou
uma vasta obra literária com temática atemporal.
c)
a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra
sua importância para a história do Brasil Imperial.
d)
a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na
preservação da memória linguística e da identidade nacional.
e)
o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por
sua temática indianista.
6ª questão de interpretação de texto
– (Enem 2012 – Segundo Dia)
A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do
Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da
língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do
domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a
emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de
Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI,
encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não
mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como
verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como
“novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento
deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma
norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria
língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros
usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do
presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008.
Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes
contextos evidencia que:
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na
língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a
definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos
linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição
linguística.