Na aula de hoje, vamos recordar brevemente algumas figuras de linguagem.
Metonímia
A metonímia consiste em empregar um termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido. Observe os exemplos abaixo:
1 - Autor
pela obra:
Gosto de ler Machado
de Assis. (= Gosto de ler a obra literária de Machado de
Assis.)
2 - Inventor pelo invento:
Édson ilumina o mundo. (= As lâmpadas iluminam o mundo.)
3 - Símbolo pelo objeto simbolizado:
Não te afastes da cruz. (= Não
te afastes da religião.)
4 - Lugar pelo produto do lugar:
Fumei um saboroso havana. (=
Fumei um saboroso charuto.)
5 - Efeito pela causa:
Sócrates bebeu a morte. (=
Sócrates tomou veneno.)
6 - Causa pelo efeito:
Moro no campo e como do meu trabalho.
(= Moro no campo e como o alimento que produzo.)
7 - Continente pelo conteúdo:
Bebeu o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava no cálice.)
8 - Instrumento pela pessoa que utiliza:
Os microfones foram atrás dos
jogadores. (= Os repórteres
foram atrás dos jogadores.)
9 - Parte pelo todo:
Várias pernas passavam apressadamente.
(= Várias pessoas passavam
apressadamente.)
10 - Gênero pela espécie:
Os mortais pensam e sofrem nesse
mundo. (= Os homens pensam
e sofrem nesse mundo.)
11 - Singular pelo plural:
A mulher foi chamada para ir às
ruas na luta por seus direitos. (= As mulheres
foram chamadas, não apenas uma mulher.)
12 - Marca pelo produto:
Minha filha adora danone. (=
Minha filha adora o iogurte que é da marca danone.)
13 - Espécie pelo indivíduo:
O homem foi à Lua. (= Alguns astronautas foram à Lua.)
14 - Símbolo pela coisa simbolizada:
A balança penderá para teu lado.
(= A justiça ficará do teu lado.)
Metáfora – Figura de Linguagem – Exemplos – O que é?
Metáfora é figura de linguagem que encontramos em toda parte. Saiba como empregá-la. Conheça suas variações.
O que é uma Metáfora?
Metáfora é uma figura de linguagem. É um recurso semântico, Quer dizer que é um meio utilizado por quem escreve, ou por quem fala, para melhorar a expressividade de um texto literário. Quando é empregada em uma frase, faz com que esta se torne mais eloquente para os que a leem e a ouvem.
Pode ser entendida como um artifício linguístico capaz de promover uma transferência de significado de um vocábulo para outro, através de comparação não claramente explícita. Veja alguns exemplos:
Aquele rapaz é um “gato”. – A metáfora ocorre porque implicitamente o rapaz é comparado a um gato. Quer dizer que é encantador, fofinho, bonito, etc.
Notamos que é uma comparação, mesmo sem a presença de uma conjunção comparativa. Trata-se de comparar sem utilizar um conectivo, (por exemplo “como”), que caberia naturalmente na frase.
Outros exemplos:
Ela me encarou e seu olhar era “pedra”. – A dureza e rigidez da pedra está sendo atribuída ao olhar. Podemos observar que a palavra pedra está sendo usada de forma figurativa e não no sentido literal da palavra.
Mais um exemplo para você fixar o que é uma metáfora:
Aquela menina é uma “flor”. – Subtende-se que a menina é meiga, bonita, cheirosa, delicada. Ou seja possui características de flor. Mas, sabemos que aqui o vocábulo “flor” não se refere ao órgão de reprodução de uma planta.
Metáfora – expressão da escrita e da fala em nossa vida.
As Metáforas estão presentes em todos os âmbitos de nosso cotidiano. Aparecem por exemplo: na música, nas poesias, e o tempo todo em nossa fala. Estudiosos da língua já deduziram que usamos em média 4 metáforas a cada minuto, em uma conversa informal.
Esta é uma conclusão que serve para justificar uma outra consideração que afirma ser praticamente impossível nos comunicarmos sem o emprego de metáforas. Recorrendo a alguns exemplos e observações podemos concordar.
Outros exemplos de Metáforas:
- Esta questão é apenas a” ponta do iceberg”. (Quer dizer que a questão é pequena diante de outras.)
- Ela é uma “formiga” para doces. (Quer dizer que ela adora doces como se fosse formiga)
Presente na poesia e na música
Tomemos como exemplo alguns versos do poema de Vinícius de Morais- “Rosa de Hiroshima”
…Mas, oh, não se esqueçam da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa…”
(Trecho retirado do site Letras)
Na poesia, Vinícius usa muitas metáforas. Uma que chama muito a atenção é a palavra “rosa” usada no lugar de “bomba”. O texto nos induz a comparar a bomba jogada sobre Hiroshima com uma rosa.
Vejamos a equivalência possível entre os dois termos:
A rosa é uma flor que se abre em muitas pétalas, e exala perfume. A bomba também se abriu ao explodir, e a imagem lembrou a de uma rosa a desabrochar. Porém exalou radioatividade e espalhou o mal.
Outra comparação é se refletirmos sobre a difusão e a expansão que os dois termos podem denotar. O cheiro da rosa é capaz de difundir-se exalando perfume e podendo ser projetado por determinadas distâncias. A bomba de Hiroshima, difundiu um mal que se projetou por longas distâncias e até mesmo através do tempo.
Também observamos que o poeta chama a bomba de “rosa hereditária”. A expressão é metafórica e talvez se refira às consequências causadas. O acontecido acarretou um mal que se perpetuou, que passou de geração para geração, de pai para filho. Pode ser uma maneira de não nos deixar esquecer do câncer disseminado pelo alto poder da radiação.
Metáfora nas propagandas
A metáfora também está presente em propagandas e comerciais veiculados pela mídia. A todo momento nos deparamos com outdoors, panfletos e cartazes nos revelando características semânticas entre termos ou expressões.
Um bom exemplo é a propaganda da Ruffles que brinca com a palavra onda.
Observe como a palavra onda é tomada em diferentes sentidos. Na primeira figura” onda” faz referência à moda, ao momento atual. A palavra não está em seu sentido real (onda do mar), mas sim em sentido figurado. A marca aproveita o formato em ondas, da batata que comercializa para associá-lo à onda do mar. Na segunda figura a batata é colocada como se fosse uma das ondas do mar. Uma tentativa de mostrar o lado literal.
Conclusão:
Metáfora é quando uma palavra está sendo empregada fora de seu sentido concreto, real, literal. Trata-se de uma comparação implícita, subentendida no texto. Se caracteriza por comparar sem que sejam empregados termos comparativos.