sexta-feira, 26 de junho de 2020

Prof. Sandro R. Espinoli
Matéria: Língia Portuguesa                                 Série: 8°B - 8°C




                                                                 RESENHA CRÍTICA

   O gênero textual resenha críctica, também chamado de crítica, pertence ao âmbito jornalístico e é um texto de natureza predominante descritiva. Em jornais e revistas de grande alcance de público, é possível encontrar facilmente resenhas sobre peças de teatro, filmes, série, shows, mostras culturais e artísticas, evento em geral, viagens e passeios, entre muitas outras opçoes de objetos de base a serem explorados.
   O maior objetivo de uma resenha crítica é apresentar aos leitores uma obra que alguém influente já conhece, de maneira que esses leitores saibam o que encontrar e decidam se vale a pena  investir naquela experiência. 
    Embora não haja uma estrutura rígida, a resenha crítica costuma se iniciar com dados técnicos daquilo que está sendo analisado; por exemplo, o autor, a data de produção, o assunto que a obra trata, os personagens e o enredo, caso estejamos diante de uma análise de um livro. Porém, o posicionamento do leitor (autor da resenha) seja colocando-se em primeira pessoa, seja acrescentando adjetivos e advérbios que analisem opinativamente a produção - deve estar presente. Por essa razão, ler e produzir resenhas é construir habilidades argumentativas.

Que linguagem deve ser usada na parte da resenha que se destaca sua opinião?
  Deve-se tentar ser "polido", educado, evitando agredir o autor, procurando garantir neutralidade emocional ao que é dito.

Leia a resenha a seguir, extraída do portal de entretenimento AdoroCinema.

 O Rei Leão

Sobe o sol, os pássaros voam pelo belo cenário africano, elefantes, zebras, girafas, formigas e muitos outros animais caminham em direção a um grande acontecimento. Ao som da bela canção "Ciclo sem Fim" ("Circle of Life", no original), Mufasa, o rei da floresta, reúne seus súditos para a apresentação de seu filho Simba. O macaco Rafiki retira o leãozinho dos braços da mãe e o ergue no topo da Pedra do Rei. Sem que nenhum personagem abrisse a boca para falar qualquer coisa, toda esta cena acontece em aproximadamente quatro minutos e foi o bastante para fazer cair a ficha: estava revendo O Rei Leão nos cinemas.

Assisti o filme nas telonas há quase 17 anos, depois revi diversas vezes em VHS e, mais recentemente, pude conferir em DVD. Por mais que aguarde o iminente lançamento em Blu-ray, devo reconhecer que não há nada próximo da experiência de assistir nos cinemas.

Não tenho convicção o suficiente para afirmar que O Rei Leão é o melhor filme da Walt Disney, afinal a empresa produziu diversos outros clássicos da animação infantil, mas é inegável que o longa representa o ponto alto do estúdio em sua década mais importante. Nos anos 90, a Disney realizou produções marcantes como A Bela e a Fera (1991), Aladdin (1992) e O Corcunda de Notre Dame (1996), e mesmo filmes menos badalados como Pocahontas (1995), Hércules (1997), Mulan (1998) e Tarzan (1999) também conquistaram o público e a crítica. Quando falo em ponto alto, não quero dizer, por exemplo, que O Rei Leão é melhor que A Bela e a Fera (acho a disputa aí pesada), mas busco apenas ressaltar que seu lançamento em 94 representou o grande momento da companhia no período.

Os anos 2000 viriam consolidar as animações digitais, principalmente através das obras primas da Pixar, como Procurando Nemo, Ratatouille, Toy Story 3 e cia, mas nenhuma dessas produções seriam possíveis sem a existência das animações 2D dos 90. Infelizmente, um período obscuro na administração da Disney considerou que teriam que escolher um dos dois formatos, o que levou ao abandono das animações tradicionais. Curiosamente, foi necessário o chefão da Pixar, John Lasseter, assumir a função de Diretor Criativo da Disney para que voltassem a trabalhar com o 2D, gerando bons filmes como A Princesa e o Sapo e Enrolados.

The Lion King (no original) tem como diferencial não apenas a qualidade na animação, mas também o fato de exibir cenários e paisagens que fogem do padrão da "casa do Mickey", a savana africana é retratada com uma qualidade impressionante e inédita em produções do gênero. O processo de animação do longa durou três anos, mas o resultado final compensou todo o trabalho.

A trilha sonora merece um destaque a parte, com o ótimo Hans Zimmer fazendo seu trabalho mais conhecido nos cinemas, conquistando inclusive um Oscar pelo mesmo. O compositor contou com a ajuda imprescindível de uma série de importantes músicos, como Tim Rice e Elton John. "Hakuna Matata", "I Just Can't Wait to Be King", "The Lion Sleeps Tonight" e "Can You Feel the Love Tonight" não são apenas canções belíssimas, como também cumprem sua funções importantes na narrativa.

O roteiro de O Rei Leão foi escrito por três pessoas (Irene Mecchi, Jonathan Roberts e Linda Woolverton), mas nasceu a partir de ideias de outros 26 profissionais, o que prova que nem sempre um processo coletivo de escrita ou desenvolvimento é prejudicial, até porque o argumento do longa é mesmo especial. Algumas vezes é ruim rever adulto uma produção que te encantou quando jovem, uma vez que pode acabar descobrindo que a falta dos "olhos infantis" prejudicam a história, mas isso não acontece aqui. É provável, inclusive, que os fãs se emocionem mais do que na primeira vez que viram a produção na tela grande.

O filme também merece destaque por seu elenco de vozes. Matthew Broderick, Rowan Atkinson, Jeremy Irons e Whoopi Goldberg se saem muitíssimo bem, mas é inegável que a voz mais marcante é a de James Earl Jones como Mufasa. O ator, que também empresa sua voz ao vilão Darth Vader de Guerra nas Estrelas, brilha ao apresentar um tom sério e ao mesmo tempo apaixonado nas conversas com o filho. Por mais que seja sempre melhor ver a produção da forma em que foi originalmente concebida, também deve-se destacar os dubladores da versão brasileira, principalmente numa época que a Disney passou a adotar a prática de convocar famosos para dublarem seus projetos (Luciano Huck em Enrolados, Claudia Leitte em Carros 2, e por aí vai). Garcia Júnior, Paulo Flores, Mauro Ramos, Pedro Lopes e Jorge Ramos são os responsáveis pelas vozes na versão nacional.

Ah... o 3D! Já estava terminando esta crítica sem abordar o formato. Este não possui a menor importância, se tratando de uma conversão barata com meros objetivos comerciais. Notamos uma profundidade aqui acolá, mas nada que justifique elogios. Isso significa que você não deve ver o filme em 3D? De forma alguma! Se a única forma de você rever O Rei Leão nos cinemas é com o formato, não perca a oportunidade. A quantidade de Ds não interfere no fato de que trata-se de um dos longas mais mágicos da história da sétima arte.
(Lucas Salgado)

Explicação da estrutura da resenha crítica.

A resenha crítica mescla a descrição e a opinião por ser um gênero que se propõe a resumir a experiência de uma produção ou um evento, mas também oferece uma opinião fundamentada acerca do seu impacto. Inicialmente, a crítica, como também é chamada, é um texto jornalístico, mas hoje ganhou grande proporção e aparece na televisão e, principalmente, na internet - inclusive sob formato diverso, como é o caso dos canal do You Tube, vídeo no qual o resenhista, geralmente um influenciador, reage ao objeto analisado.

Boa Tarde, alunos e alunas1

Copie no caderno e na próxima aula, vocês vão produzir uma resenha.

Próxima postagem - 29 de junho de 2020, próxima segunda-feira.














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