ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS - 7
Caras e caros alunos,
Vocês sabem como foi o Teatro no Iluminismo?
O Iluminismo é um movimento cultural que surge no final da Idade Moderna, em transição para a idade contemporânea, nos momentos que precedem o acontecimento da Revolução Francesa, entre os séculos XVII e XVIII. Seguindo historicamente o Renascimento, o Iluminismo defenderá o uso de razão, o desenvolvimento da intelectualidade, assim como ideais de liberdade econômica e política, igualdade e fraternidade.
Grandes filósofos e pensadores do Iluminismo, como Voltarie, Diderot e Rousseau, também discutiram sobre a arte teatral, ou mesmo produziram peças. Não à toa, os palcos franceses durante o Iluminismo estiveram repletos de filosofia moral. A reflexão, o sentimentalismo, a crítica e os dramas que tentavam se aproximar ao máximo da realidade foram características marcantes do teatro iluminista. Conforme o caráter de verossimilhança do teatro dos iluministas, acontece em suas montagens a renúncia aos elementos barrocos da Commédie Française de Corneille e Racine.
Durante o período iluminista, a França teve autores de teatro importantes, como Marivaux, em suas peças de personagens femininas; Luiggi Racobonni, em sua comédia lacrimosa, que reunia magnanimidade e renúncia e combinavam em final feliz; ou mesmo Beumarchais, que escreveu peças de cunho revolucionário, invertendo os papéis de destaque de sua sociedade, revelando abismos sociais e anunciando a chegada da guilhotina na Revolução Francesa.
VOLTAIRE
Voltaire foi um dos principais filósofos do Iluminismo e também um grande nome do Teatro Francês. Produziu peças com tom de sermão, exaltando a virtude e a respeitabilidade. Reinterpretou peças clássicas, segundo o espírito da razão e do juízo exaltados pelo Iluminismo. Era um grande admirador de Shakespeare, tendo vivido algum tempo na Inglaterra e adotava características clássicas do teatro francês como o sofrimento em verso de Corneille e Racine. Produziu um drama sentimental burguês “O Pai de família”, mas suas produções eram na maioria comédias.
DIDEROT
Denis Diderot, também um importante filósofo iluminista, seguiu a linha de Voltaire ao acreditar no teatro como forma de educação. Para ensinar através do teatro, Voltaire pretendia abalar estruturas conhecimento prévios de seus espectadores, estabelecendo a razão. Dessa forma, Voltaire acreditava ser possível ensinar ao público a amar virtudes e detestar vícios. Segundo o paradoxo do comediante de Diderot, para tocar o público com a mensagem teatral, o comediante não pode se abalar sentimentalmente pelo personagem que interpreta, sendo ele nulo de sentimentos, poderia interpretar qualquer coisa e passar de maneira eficaz qualquer mensagem.
ROUSSEAU
Rousseau, também importante filósofo Iluminista e contratualista, criticou tanto a comédia de Voltaire, quanto a produção de Diderot. Criticou também o teatro clássico francês. Para o autor, o teatro era lugar de tratar sobre paixões e não sobre a razão, refletindo os valores da sociedade no qual está inserido ao invés de ensinar qualquer coisa ao público.
Além disso, Rousseau entende que a cena privada, na qual o teatro moderno iluminista está inserida, mais separa do que une os homens, deixando grandes parcelas da população de fora do contexto.
Na Inglaterra e na Alemanha, características do teatro iluminista também foram adotadas. Por exemplo, a comédia sentimental dos autores ingleses Richard Steele, Colley Cibber, Laurence Stern; ou mesmo o estilo natural de representação ou a harmonização da interpretação do alemão Konrad Ekhof.
Houve também uma recuperação de Shakespeare na Inglaterra do século XVIII, com as reconhecidas montagens teatrais de Garrick, levando Shakespeare também à América do Norte.
David Garrick interpretando Ricardo III, de Sheakespeare.
ATIVIDADE:
Leia o texto e responda:
1 - O que foi o Iluminismo?
2- Cite as principais semelhanças e discordâncias entre Voltaire, Diderot e Rousseau a respeito do Teatro.
3- Pesquise na internet peças feitas por Voltaire.
Até a próxima!
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