terça-feira, 7 de julho de 2020

2ªA (Clayton - Português)

Análise literária de: “Canção do Exílio” (Gonçalves Dias)

          "Canção do Exílio" é uma de Gonçalves Dias, publicada em 1846 na obra "Primeiros Cantos". 

          Ao chegar no Brasil o romantismo trouxe consigo o sentimento nacionalista, por causa do contexto de pós-independência que ocorreu em 1822, os poetas tentavam criar um símbolo nacional e responder a seguinte pergunta: Quem era o brasileiro sem a influência europeia? No poema “Canção do Exílio” há fortes traços de nacionalismo através de simbologias.

 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

          Logo no início o poeta já destaca duas simbologias, o “sabiá“ que representa a rica fauna existente no Brasil e “palmeiras” simboliza a flora. Em seguida, o autor faz uma comparação entre as faunas, porém observe que ele generaliza, pois não fala o nome de uma ave específica como fez com o termo “sabiá”; simplesmente diz ”aves” mostrando o que tem no Brasil não será encontrado em nenhum outro lugar. O uso dos termos “lá” e “aqui” dar a entender que o eu lírico não está no Brasil e o poema é uma vaga lembrança de saudades pela sua terra.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

          Novamente, o eu lírico segue fazendo comparações e sendo de certa forma egocêntrica, pois está colocando a pátria dele acima de outra.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá

          Deixa a entender que o poema surge de um pensamento que o eu lírico teve quando estava com saudade do Brasil.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

          Primores “significa superior, perfeita, ou seja, no lugar em questão apresenta imperfeições ao contrario do Brasil; deixa claro a superioridade do Brasil em relação às outras.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem quinda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

          Pede a Deus para que não o deixe morrer antes de voltar para sua terra e desfrutar dos primores.
Contribuição: Renata Gomes

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