terça-feira, 28 de julho de 2020

2ºA (Clayton - Português)



TEXTO PARA QUESTÕES DE 06 A 09

               Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade.Era rica e formosa.
               Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
               Quem não se recorda da Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da                Corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira o seu fulgor?
               Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia.
               Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros.
               Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
               Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
               Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse.

6. Aurélia é apresentada por metáforas que intensificam e idealizam seu brilho social, sua beleza ímpar e seu poder de sedução.

a) Identifique algumas dessas metáforas.

b) “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela” – encontre no texto a frase que traduz o sentido metafórico dessa frase.

 7. Embora as metáforas utilizadas por Alencar sejam clichês do Romantismo, elas concorrem para que o leitor, já na primeira página, seja introduzido no ambiente social frívolo dos salões cariocas do segundo reinado. Qual é a expressão que, pela primeira vez, em um contraste irônico, sugere as motivações escusas dos admiradores dessa “nova estrela”? Relacione essa expressão ao tema do romance.

8. A beleza era atrativo suficiente para que uma mulher brilhasse na sociedade e fosse cortejada e disputada pelos rapazes solteiros? Justifique sua resposta.

9. O narrador refere-se aos “comentários malévolos “ sobre Aurélia, cujas atitudes independentes escandalizavam uma sociedade que não aceita a emancipação feminina. De que modo, Aurélia contorna esses escrúpulos da sociedade?

 10. (Unicamp-SP) O crítico Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, tece algumas considerações sobre o romance Senhora, de José de Alencar:
“Se admitimos que [a mola do enredo] é o fato de o jovem Seixas casar-se pelo dote, em virtude da educação que recebera, damos a Alencar o crédito de narrador realista, capaz de pôr no centro do romance não mais heróis […] mas um ser venal, inferior. O que seria falso, pois o fato não passa de um recurso.”

a) Cite uma passagem de Senhora que permita considerar Seixas como um “herói” e não como um “ser inferior”.

b) “O fato não passa de um recurso”. Considerando essa afirmação de A. Bosi, explicite as características do romance Senhora que permitem considerá-lo uma

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