segunda-feira, 3 de agosto de 2020

2ºA (Clayton - Português)

Atividade sobre Iracema

 

Texto I – Iracema – José de Alencar (fragmento)

 

“Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; Verdes mares que brilhais como liquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros; Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa para que o barco aventureiro e manso resvale à flor das águas.”

 

1. O trecho apresentado no texto 1 pertence ao início da obra Iracema, de, José de Alencar. Baseado no trecho, assinale a opção correta:

 

(a) Iracema é uma lenda criada por Alencar para explicar poeticamente as origens das raças indígenas da América.

(b) As personagens Iracema, Martim e Moacir participam da luta fratricida entre os tabajaras e os pitiguaras.

(c) O romance, elaborado com recursos de linguagem figurada, é considerado o exemplar mais perfeito da prosa poética na ficção romântica brasileira.

(d) O nome da personagem-título é anagrama de América e essa relação caracteriza a obra como um romance histórico.

(e) A palavra Iracema é o resultado da aglutinação de duas outras da língua guarani e significa “lábios de mel”.

 

2. O trecho inicial do romance Iracema é:

 

(a) exemplo do descritivismo ultrarromantico, que idealiza a paisagem rude e agreste do sertão brasileiro.

(b) remete o leitor para as paisagens brasileiras, sem que haja interferência do narrador e de seus pontos de vista.

(c) revela característica essencialmente românticas como a idealização da paisagem brasileira.

(d) embora essencialmente descritivo, revela a parcialidade do narrador, de modo a tornar falsa a apresentação da paisagem brasileira.

(e) revela um narrador extremamente presente, que caracteriza a paisagem brasileira somente sob seu ponto de vista.

 

3. Sobre a obra Iracema são feitas três afirmações:

 

I – Alencar apresenta o colonizador enaltecido que, pela força, aculturou e dizimou o índio.

II – O índio é visto por Alencar como elemento formador do povo brasileiro e da língua falada entre nós, que se diferencia da forma substancial do português de Portugal.

III – O Brasil apresentado no romance é selvagem e primitivo e, por isso, deslumbra o colonizador que vê nas paisagens exóticas uma forma de sobrepujar-se e de enriquecer-se, sem ter a efetiva consciência de que é necessário colonizar e catequizar.

 

Segundo as afirmações, a(s) é/são:

 

(a) apenas as afirmações I e II

(b) apenas as afirmações II e III

(c) apenas as afirmações I e III

(d) apenas a afirmação II

(e) apenas a afirmação III

 

4. Em Iracema, José de Alencar mescla em certas oportunidades, informações factuais (obtidas de fontes documentadas) com fatos fictícios (criados por sua imaginação). Há um motivo sensato para isso:

 

(a) O autor não possui dados concretos o suficiente para escrever um romance verossímil.

(b) Sempre há coincidências involuntárias entre uma criação artística e o “mundo real”.

(c) O intuito de Alencar era criar uma lenda, um mito plausível sobre a formação do Ceará. Sei projeto teve de mesclar, desse modo, toques de realidade (para parecer verossímil) com toques de imaginação (para parecer grandioso).

(d) Por ser antimonarquista, o autor idealiza a gênese de um Brasil mais próximo de suas raízes indianistas. Daí a tentativa de dar um “sabor local” á nossa história.

(e) Na verdade, essa mescla é um defeito estrutural que prejudicou grande parte dos romances históricos. São poucos os escritores brasileiros que conseguiram retratar nossa formação sem o uso desse recurso.

 

5. Em um poema escrito em louvor de Iracema, Manuel Bandeira afirma que, ao compor esse livro, Alencar:

 

“ (...) escreveu o que é mais poema

Que romance, e poema menos

Que um mito, melhor que Vênus.”

 

(a) Alencar parte da ficção literária em direção à narrativa mítica, dispensando referencias a coordenadas e personagens históricas.

(b) o caráter poemático dado ao texto predomina sobre a narrativa em prosa, sendo, por sua vez, superado pela constituição de um mito literário.

(c) a mitologia tupi está para a mitologia clássica, predominante no texto, assim como a prosa está para a poesia.

(d) ao fundir romance e poema, Alencar, involuntariamente, produziu uma lenda do Ceará, superior à mitologia clássica.

(e) estabelece-se uma hierarquia de gêneros literários, na qual o termo superior, ou dominante, é a prosa romanesca, e o termo inferior, o mito.


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