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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Eletiva de Teatro - professora Rebeca Righetti Ramos - 4



REVISÃO DO 1° BIMESTRE

PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS NAS AULAS O PRIMEIRO BIMESTRE

TEATRO GREGO

  • O Teatro da Grécia antiga é considerado por muitos o berço do teatro ocidental.
  • Os principais gêneros do Teatro Grego eram a Comédia e a Tragédia.
  • As obras de teatro da Grécia Antiga influenciaram filósofos, estudiosos, autores e toda a cultura ocidental ao longo dos tempos, até hoje.
  • A ideia e devir significa a forma, a característica pessoal de atuação das personagens no mundo ao longo da vida. Esse devir esta para além do controle das personagens nas tragédias de Sófocles.


SHAKESPEARE

  • Shakespeare e um autor de língua inglesa com enorme influência na dramaturgia.
  • Shakespeare escreveu em inúmeros gêneros literários e teatrais.
  • As obras de Shakespeare até hoje possuem muitas adaptações no teatro e no audiovisual.


AUTOS

  • Os Autos surgem na Europa Medieval como expressão teatral e forma de ensinamento dos dogmas e da moral católica da época.
  • Gil Vicente, considerado o pai do Teatro Portugues, escreveu autos sacros e satíricos, enaltecendo a religião e criticando as faltas cometidas pela sociedade.
  • Durante o período colonial, José de Anchieta e os Jesuítas escreviam autos como forma de pregação religiosa aos povos indigenas e aos colonos.
  • Ariano Suassuna, autor de “O Auto da Compadecida”, mistura elementos medievais a elementos próprios da cultura nordestina em seu Auto repleto de crítica social e comicidade.


QUESTÕES DE REVISÃO

Atentando aos pontos colocados na revisão e relendo o conteúdo postado no blog nas aulas anteriores, responda:

1 - Quais os principais gêneros do Teatro da Grécia Antiga?
2 - Cite um autor de Tragédia Grega e uma obra ocidental posteriormente influenciada por ele.
3 - Quem foi Shakespeare?
4 - Cite 3 obras do autor e seus gêneros.
5 - O que e um auto?
6 - Quem foi Gil Vicente?
7 - O que fazia José de Anchieta através de seus Autos?

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Atividade 15/05 - ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS- 3

ATIVIDADE 

(Enviar fotos do caderno com as respostas ou arquivo word das atividades respondidas por e-mail ou pelo grupo do WhatsApp)


Após ler o texto postado no blog e assistir à adaptação cinematográfica do texto de Ariano Suassuna “O Auto da Compadecida”, responda às seguintes questões:
01. (FUVEST) Aponte a alternativa correta em relação a Gil Vicente:
a) Compôs peças de caráter sacro e satírico.
b) Introduziu a lírica trovadoresca em Portugal.
c) Escreveu a novela Amadis de Gaula.
d) Só escreveu peças e português.
e) Representa o melhor do teatro clássico português.

02. (FUVEST-SP) Caracteriza o teatro de Gil Vicente:
a) A revolta contra o cristianismo.
b) A obra escrita em prosa.
c) A elaboração requintada dos quadros e cenários apresentados.
d) A preocupação com o homem e com a religião.

3. (UEL) As questões de 03 a 05 referem-se ao texto abaixo.
João Grilo: Ah isso é comigo. Vou fazer um chamado especial, em verso. Garanto que ela vem, querem ver? (Recitando.)
Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! A vaca mansa dá leite, a braba dá quando quer. A mansa dá sossegada, a braba levanta o pé.
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher.
Encourado: Vá vendo a falta de respeito, viu?
João Grilo: Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava para eu dormir. Isso tem nada de falta de respeito!
Já fui barco, fui navio, mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, só me falta ser mulher. Valha-me.
Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré.
Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A compadecida, entra.
Encourado, com raiva surda: Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete!
João Grilo: Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei?
A Compadecida: Não, João, porque eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coisa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo.
João Grilo: É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito.
A Compadecida: É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu consumado.
Encourado: Protesto.
Manuel: Eu já sei que você protesta, mas não tenho o que fazer, meu velho. Discordar de minha mãe é que eu não vou.
(...)
Fonte: Auto da Compadecida. 15 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1979.
A obra “Auto da Compadecida” foi escrita para o teatro:
a) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas recorrentes do Nordeste brasileiro.
b) E seu autor, Ariano Suassuna, aborda o tema da seca que sempre marcou o Nordeste.
c) Pelos autores do ciclo armorial, abordando temas religiosos e costumes populares.
d) Por Ariano Suassuna, tendo como base romances e histórias populares do Nordeste brasileiro.
e) Por João Cabral de Mello Neto e aborda temas religiosos divulgados pela literatura de cordel.

4. Ao humanizar personagens como Manuel e a Compadecida, o autor pretende:
a) Denunciar o lado negativo do clero, na religião católica.
b) Exaltar o sentimento da justiça divina ao contemplar os simples de coração.
c) Mostrar um sentimento religioso simples e humanizado, mais próximo do povo.
d) Retratar o sentimento religioso do povo nordestino, numa visão iconoclasta.
e) Fazer caricatura com as figuras de Cristo e de Nossa Senhora.

5. Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a obra, as personagens João Grilo e Chicó identificam-se com:
a) Os bobos da corte da Idade Média.
b) Os palhaços dos circos populares.
c) As figuras de arlequim e pierrô da tradição romântica universal.
d) Tipos humanos autenticamente brasileiros.
e) Figuras lendárias da literatura popular nordestina, semelhantes a Lampião e Padre Cícero.

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS - 3

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS
E-mail: rebeca.ramos@unifesp.br

Caras e caros alunos,

O que é um Auto?

O Teatro teve início, em diversas civilizações, como forma de representação religiosa e de culto a divindade, como é o caso da Grécia antiga em cerimônias dionísticas. Na Europa Medieval, a Igreja Católica detinha o monopólio do ensino, das leis, de grande parte das terras e do calendário religioso. Como não poderia deixar de ser, as artes em geral tiveram grande influência da Igreja durante este período, incluindo o teatro, que aparece de maneira hegemônica como forma de representação e afirmação dos dogmas religiosos.
O Auto surge na França, a partir do século XII, como uma modalidade dramática teatral na qual representações alegóricas dos dogmas e da moral católica são encenadas,  muitas vezes pelos próprios sacerdotes, de maneira a tornar acessível à população, em sua maioria iletrada, o pensamento cristão da época. A partir do Final da Guerra dos Cem anos (1337-1453), tornou-se cada vez mais comum nas igrejas quadros encenando passagens bíblicas, intervenções dos santos, principalmente de Maria, ou mesmo exaltando as Cruzadas. A encenação da Paixão redentora de Cristo e representações com a temática da páscoa tornaram-se, desde então, tradições até hoje celebradas pela Igreja. A partir do século XIV, são incrementados aos autos a busca pelo realismo e a maior quantidade de textos e episódios.
O drama litúrgico (denominação surgida no século XIX para denominar este teatro de cunho religioso cristão do qual tratamos) chega à Portugal, onde é encenado também com episódios bíblicos, milagres e moralidades com fins didáticos sobre pecados e virtudes conforme a visão católica. Mais tarde, o desenvolvimento da língua vulgar abre espaço para o desenvolvimento do teatro em cada país, com a ampliação do espaço cênico e aumentando a liberdade sobre os temas a serem interpretados.
Há de se atentar para o fato de que estudiosos apontam que, antes mesmo do século XIII, de maneira independente, as encenações profanas populares estavam ligadas aos dramas litúrgico em forma de subversão. As chamadas “farsas”, gênero cômico de maior relevância na Idade Média, exagerava os acontecimentos dos autos litúrgicos, dando enfoque ao povo e provocando na platéia risos fáceis e sem a intenção de transmitir dogmatismo moral ou religioso. Ao mesmo tempo, nos centros urbanos, é notável o surgimento de peças profanas de variados gêneros, com autores como Jean Bodel e Adam de La Halle.

Gil Vicente - O pai do teatro português

Na transição da Idade Média para o Renascimento e a Idade Moderna, Gil Vicente (1465-1536) é considerado o pai do teatro português, antecedendo Luís de Camões (1554-1580). O autor produziu diversas peças as quais são consideradas sagradas ou profanas, dependendo do contexto, por diversas vezes questionando hierarquias e desigualdades sociais em seus autos. 
No seio de uma sociedade altamente rígida e hierárquica, o Teatro Vicentino disputa a opinião pública portuguesa de seu tempo, com peças que criticam os vícios, a avareza e a cobiça em seus conselhos. Escreveu em favor da moral católica, em obras sacras, sem deixar de abordar criticamente as mazelas da sociedade em que viveu, de forma sátira, se tornando um dos maiores autores da história da língua portuguesa.
Das dezenas de autos famosos e importantes para compreender a literatura de língua portuguesa dos quais a vasta obra do autor dispõe, indico aqui (de maneira optativa) a leitura, ou mesmo o prestígio fora dos tempos de pandemia, da peça “O Auto da Barca do Inferno”.

Grafite “Auto da Barca do Inferno” no muro do Anfiteatro da Universidade Federal de São Paulo - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, em Guarulhos.



Autos de José de Anchieta no Brasil

Durante o período colonial, conforme os valores católicos estabelecidos por toda a Europa Ocidental e a crença dos colonizadores de que seriam superiores moral e espiritualmente aos nativos da América (os quais por muito tempo foram chamados de maneira pejorativa de “povos primitivos”), foram enviados pela Igreja ao Brasil os missionários da Companhia de Jesus. Os jesuítas vieram ao novo continente com o objetivos de catequizar e, como eles compreendiam, “salvar a alma” dos povos originários brasileiros, convertendo-os ao cristianismo e rejeitando a cultura já compreendida pelos que aqui nasceram.
O famoso jesuíta espanhol, José de Anchieta (1534-1597), é personagem de destaque na História do Brasil por ter sido o primeiro a criar obras literárias em terras tupiniquins. O missionário, durante sua estadia no Brasil, entrou em contato profundo com culturas indígenas, escrevendo até mesmo uma Gramática de Tupi. 
Inspirado por Gil Vicente, o qual havia estudado em Coimbra, Anchieta foi autor de autos famosos como o “Auto da Pregação universal”, no qual criticava certos costumes indígenas, considerados pagãos pela Igreja Católica. O contato mais próximo aos povos originários brasileiros permitiu a José de Anchieta conhecer melhor os costumes e as características culturais de cada aldeia em que esteve, somando aos seus atos elementos culturais indígenas para que melhor compreendessem a moralidade católica. 
No século XVI, o teatro jesuítico ensinava os dogmas católicos, assim como a cultura e os costumes portugueses, tanto aos indígenas quanto aos estudantes dos colégios no Brasil. Anchieta montou atos em espanhol, para os falantes dessa língua em vilas e cidades, em português e tupi, nas aldeias indígenas, e em latim, nos colégios.

Regionalismo e o Auto da Compadecida

Ariano Suassuna (1927-2014) foi um importante escritor brasileiro. Criador do Movimento Armorial, o qual une diversas formas de artes, como a pintura, a dança, a música, o teatro e a xilogravura,  criando arte erudita através do imaginário cultural popular brasileiro, principalmente da região nordeste.
Na peça de teatro “O Auto da Compadecida”, Ariano Suassuna recria Autos, farsas e comédias do tipo medieval, condensando elementos deste teatro ao imaginário cultural nordestino e do Brasil como um todo. Através da obra, o autor aborda de maneira crítica temas como o pecado, o perdão, a miséria, a riqueza e a desigualdade social em um contexto de fome. Em formas circenses, a obra é prova de que é possível fazer humor e críticas sociais relevantes no mesmo texto. 
O sucesso de “O Auto da Compadecida” nos cinemas e na televisão demonstra a acessibilidade de um texto inteligente, cômico e revolucionário em sua variedade de gênero, assim como a empatia do público em relação aos temas abordados pela obra e o agrado que tem para com a estética nordestina dos cordéis. 

(Fotos de divulgação da adaptação cinematográfica de “O Auto da Compadecida”)

Indicação musical: Quinteto Armorial - Do romance ao galope nordestino https://www.youtube.com/watch?v=wDC2TJRpF_0

sexta-feira, 8 de maio de 2020

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS- 2

ELETIVA DE TEATRO -  PROFESSORA REBECA RIGHETTI 

Caras e caros,

Vocês já devem ter ouvido falar sobre Shakespeare, certo?

William Shakespeare é considerado um dos maiores nomes da história mundial do
Teatro. O autor de origem inglesa, viveu pelo período de 1564 a 1616, durante os
reinados de Elizabeth I e James I. Além de atuar, Shakespeare escreveu inúmeras
obras, dentre elas peças de comédia, drama e tragédia, assim como sonetos
e poemas. Alguns exemplos de suas obras mais conhecidas são: Romeu
e Julieta, de 1592; Macbeth, de 1606; Hamlet, de 1599; Otelo, o Mouro de Veneza,
de 1604; Sonho de uma Noite de Verão,de 1594; O Mercador de Veneza, de
1594; A Megera Domada, de 1594; Ricardo II e Ricardo III.

Muitas das obras Shakespearianas são largamente lidas em livros e montadas em
teatros até os dias atuais. Também há inúmeras adaptações cinematográficas de suas
peças. Pensando nisso, pesquisem na internet filmes do seu interesse, baseados
em obras de William Shakespeare. Após assistirem ao filme escolhido,
anotando atentamente elementos inspirados pela obra shakespeariana,
façam uma resenha, unindo uma breve apresentação da
obra original ao enredo do filme. 

Algumas indicações são:


As You Like It , 2006, de Kenneth Branagh. Filme baseado na
comédia Como Gostais


O Casamento de Romeu e Julieta, 2005, de Bruno Barreto. Filme
baseado na tragédia Romeu e Julieta.


Dez Coisas que Eu Odeio em Você,1999, de Gil Junger. Filme
baseado na comédia A Megera Domada


Dúvidas? Mandem e-mail para rebeca.ramos@unifesp.br

Abraços! Até a próxima!

domingo, 22 de março de 2020

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS - 1

ELETIVAS - TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI

Caras e caros alunos,

O Teatro da Grécia Antiga é considerado por muitos o berço da arte dramática
ocidental, partindo do culto ao Deus mitológico grego “Dionísio” ao Teatro de
Máscaras, tendo como principais gêneros a Tragédia e a Comédia.
A tragédia grega de Sófocles, “Édipo Rei”, influenciou o teatro ocidental ao longo
dos últimos milênios. Já na modernidade, a obra serviu também de base para a
famosa analogia feita pelo fundador da psicanálise, Sigmund Freud, a respeito da
formação da psique humana, conhecida como “Complexo de Édipo”. Sendo Édipo Rei
uma das principais obras do Teatro Grego e da literatura mundial, seu conhecimento
é também parte do currículo de estudos para alunos de Ensino Médio. 
A característica principal de personagens das Tragédias gregas é possuir um devir
- ou seja, uma forma de atuar no mundo - que está para além de seu controle. Isso
quer dizer que as ações das personagens de uma Tragédia estão sempre previamente
determinadas, como uma espécie de destino que culmina em fins desastrosos.  
Pensando nisso, é proposta a seguinte atividade teatral durante a quarentena:

1- Faça download do PDF e leia o livro Édipo Rei, disponível em domínio público (gratuito) no seguinte endereço:
2- Escolha uma das personagens e interprete sozinho em voz alta suas falas, pensando na intenção com a qual foram elaboradas pelo autor da trama. 
3-  Escreva em seu caderno anotações a respeito da vida, da personalidade, do passado de sua personagem. Responda para si o motivo de suas ações em meio à história narrada por Sófocles. 
4- Você pode procurar por resenhas em vídeos na internet a respeito da obra para melhor compreensão.

Após o período de quarentena, reuniremos nossos conhecimentos a respeito da
peça Édipo Rei e a trabalharemos de maneira prática, reunidos. Quaisquer
dúvidas, enviar e-mail para rebeca.ramos@unifesp.br 

Até breve!