sexta-feira, 15 de maio de 2020

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS - 3

ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS
E-mail: rebeca.ramos@unifesp.br

Caras e caros alunos,

O que é um Auto?

O Teatro teve início, em diversas civilizações, como forma de representação religiosa e de culto a divindade, como é o caso da Grécia antiga em cerimônias dionísticas. Na Europa Medieval, a Igreja Católica detinha o monopólio do ensino, das leis, de grande parte das terras e do calendário religioso. Como não poderia deixar de ser, as artes em geral tiveram grande influência da Igreja durante este período, incluindo o teatro, que aparece de maneira hegemônica como forma de representação e afirmação dos dogmas religiosos.
O Auto surge na França, a partir do século XII, como uma modalidade dramática teatral na qual representações alegóricas dos dogmas e da moral católica são encenadas,  muitas vezes pelos próprios sacerdotes, de maneira a tornar acessível à população, em sua maioria iletrada, o pensamento cristão da época. A partir do Final da Guerra dos Cem anos (1337-1453), tornou-se cada vez mais comum nas igrejas quadros encenando passagens bíblicas, intervenções dos santos, principalmente de Maria, ou mesmo exaltando as Cruzadas. A encenação da Paixão redentora de Cristo e representações com a temática da páscoa tornaram-se, desde então, tradições até hoje celebradas pela Igreja. A partir do século XIV, são incrementados aos autos a busca pelo realismo e a maior quantidade de textos e episódios.
O drama litúrgico (denominação surgida no século XIX para denominar este teatro de cunho religioso cristão do qual tratamos) chega à Portugal, onde é encenado também com episódios bíblicos, milagres e moralidades com fins didáticos sobre pecados e virtudes conforme a visão católica. Mais tarde, o desenvolvimento da língua vulgar abre espaço para o desenvolvimento do teatro em cada país, com a ampliação do espaço cênico e aumentando a liberdade sobre os temas a serem interpretados.
Há de se atentar para o fato de que estudiosos apontam que, antes mesmo do século XIII, de maneira independente, as encenações profanas populares estavam ligadas aos dramas litúrgico em forma de subversão. As chamadas “farsas”, gênero cômico de maior relevância na Idade Média, exagerava os acontecimentos dos autos litúrgicos, dando enfoque ao povo e provocando na platéia risos fáceis e sem a intenção de transmitir dogmatismo moral ou religioso. Ao mesmo tempo, nos centros urbanos, é notável o surgimento de peças profanas de variados gêneros, com autores como Jean Bodel e Adam de La Halle.

Gil Vicente - O pai do teatro português

Na transição da Idade Média para o Renascimento e a Idade Moderna, Gil Vicente (1465-1536) é considerado o pai do teatro português, antecedendo Luís de Camões (1554-1580). O autor produziu diversas peças as quais são consideradas sagradas ou profanas, dependendo do contexto, por diversas vezes questionando hierarquias e desigualdades sociais em seus autos. 
No seio de uma sociedade altamente rígida e hierárquica, o Teatro Vicentino disputa a opinião pública portuguesa de seu tempo, com peças que criticam os vícios, a avareza e a cobiça em seus conselhos. Escreveu em favor da moral católica, em obras sacras, sem deixar de abordar criticamente as mazelas da sociedade em que viveu, de forma sátira, se tornando um dos maiores autores da história da língua portuguesa.
Das dezenas de autos famosos e importantes para compreender a literatura de língua portuguesa dos quais a vasta obra do autor dispõe, indico aqui (de maneira optativa) a leitura, ou mesmo o prestígio fora dos tempos de pandemia, da peça “O Auto da Barca do Inferno”.

Grafite “Auto da Barca do Inferno” no muro do Anfiteatro da Universidade Federal de São Paulo - Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, em Guarulhos.



Autos de José de Anchieta no Brasil

Durante o período colonial, conforme os valores católicos estabelecidos por toda a Europa Ocidental e a crença dos colonizadores de que seriam superiores moral e espiritualmente aos nativos da América (os quais por muito tempo foram chamados de maneira pejorativa de “povos primitivos”), foram enviados pela Igreja ao Brasil os missionários da Companhia de Jesus. Os jesuítas vieram ao novo continente com o objetivos de catequizar e, como eles compreendiam, “salvar a alma” dos povos originários brasileiros, convertendo-os ao cristianismo e rejeitando a cultura já compreendida pelos que aqui nasceram.
O famoso jesuíta espanhol, José de Anchieta (1534-1597), é personagem de destaque na História do Brasil por ter sido o primeiro a criar obras literárias em terras tupiniquins. O missionário, durante sua estadia no Brasil, entrou em contato profundo com culturas indígenas, escrevendo até mesmo uma Gramática de Tupi. 
Inspirado por Gil Vicente, o qual havia estudado em Coimbra, Anchieta foi autor de autos famosos como o “Auto da Pregação universal”, no qual criticava certos costumes indígenas, considerados pagãos pela Igreja Católica. O contato mais próximo aos povos originários brasileiros permitiu a José de Anchieta conhecer melhor os costumes e as características culturais de cada aldeia em que esteve, somando aos seus atos elementos culturais indígenas para que melhor compreendessem a moralidade católica. 
No século XVI, o teatro jesuítico ensinava os dogmas católicos, assim como a cultura e os costumes portugueses, tanto aos indígenas quanto aos estudantes dos colégios no Brasil. Anchieta montou atos em espanhol, para os falantes dessa língua em vilas e cidades, em português e tupi, nas aldeias indígenas, e em latim, nos colégios.

Regionalismo e o Auto da Compadecida

Ariano Suassuna (1927-2014) foi um importante escritor brasileiro. Criador do Movimento Armorial, o qual une diversas formas de artes, como a pintura, a dança, a música, o teatro e a xilogravura,  criando arte erudita através do imaginário cultural popular brasileiro, principalmente da região nordeste.
Na peça de teatro “O Auto da Compadecida”, Ariano Suassuna recria Autos, farsas e comédias do tipo medieval, condensando elementos deste teatro ao imaginário cultural nordestino e do Brasil como um todo. Através da obra, o autor aborda de maneira crítica temas como o pecado, o perdão, a miséria, a riqueza e a desigualdade social em um contexto de fome. Em formas circenses, a obra é prova de que é possível fazer humor e críticas sociais relevantes no mesmo texto. 
O sucesso de “O Auto da Compadecida” nos cinemas e na televisão demonstra a acessibilidade de um texto inteligente, cômico e revolucionário em sua variedade de gênero, assim como a empatia do público em relação aos temas abordados pela obra e o agrado que tem para com a estética nordestina dos cordéis. 

(Fotos de divulgação da adaptação cinematográfica de “O Auto da Compadecida”)

Indicação musical: Quinteto Armorial - Do romance ao galope nordestino https://www.youtube.com/watch?v=wDC2TJRpF_0

quinta-feira, 14 de maio de 2020

2ºA (Português - Clayton)

(Atividade baseada na aula do dia 4 de maio de 2020 deste blog)
Interpretação da obra comentada de: "Os Sertões"

1)      Em qual ano Euclides da Cunha descobriu um sertão muito diferente do que ele e outros colegas costumavam relatar?
2)     Quantos meses o autor passou observando de perto o conflito de Canudos?
3)     Qual livro, nos dias de hoje, foi considerado o primeiro livro-reportagem brasileiro?
4)     Euclides já havia defendido ferrenhamente em artigos que o movimento de Canudos era monarquista e tinha como único objetivo derrubar a república, o quê fez ele rever essa posição?
5)     O quê traz Em sua terceira e última parte, Os Sertões?
6)      Nas duas primeiras partes do livro, Euclides situa o leitor sobre dois elementos decisivos para o entender a Luta, quais são eles?
7)     Qual parte do livro, fala sobre o sertanejo que padece sob essas condições e o trecho é visto como um estudo antropológico e sociológico?
8)    Qual era a formação intelectual de Euclides?
9)     Na obra: “Guerra de Canudos”, quem era tido como profeta por seus seguidores?
10)  Qual o episódio aparentemente banal desencadeia a Guerra de Canudos? 


Tirem foto das respostas e enviem para o meu e-mail:

6º A,B,C - Português - Profº Clayton

Recapitulando: Discurso Direto e Discurso Indireto

O discurso direto pertence às personagens. É a reprodução exata das suas palavras.
Ex: “O anjo disse a Deus: - Senhor, encontrei a estrela que chora. Ela chora porque quer ser maior!”

O discurso indireto pertence ao narrador. Transmite o que a personagem disse sem reproduzir exatamente as suas palavras. É a reprodução exata das suas palavras.
Ex: O anjo disse a Deus que tinha encontrado a estrela que chorava e que ela chorava porque queria ser maior.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1.    Indique o tipo de discurso ( direto ou indireto), empregados nos textos abaixo:
a)    Quando o pai chegou, perguntou à mulher quem quebrara o vidro e a mulher disse que foi o Pedrinho.
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b)    Ele prometeu experimentar, mas só se eu ficasse vigiando; eu disse que vigiaria, mas ele disse que só começava depois que eu jurasse. Não vi mal nenhum disse que jurava.
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c)     - Alô, é do manicômio?
- Não, senhor, deve ter havido algum engano, nosso telefone só vai ser instalado na próxima semana.
_______________________________________________________________

d)   Jesus Cristo disse “Nem só de pão viverá o homem” (mateus, cap. 4).

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3ºD - Inglês - professora Ângela - Simple Past

assista aos vídeos abaixo, copie a matéria em seu caderno, responda aos exercícios e envie para meu email professoraortega@yahoo.com data entrega: 20/05/20
 NÃO ESQUEÇA DE COLOCAR NOME, NÚMERO E SÉRIE NO EMAIL




ATIVIDADE PARA RESPONDER E ENVIAR PARA MEU EMAIL

Past simple

Follow the example
Regular verbs

Aff: Last night my sister washED the dishes
Neg: Last night my sister DIDN'T WASH the dishes
Int: What did your sister do last night?

Follow the example!
Follow the example
Aff: Last year my brother ________ (live) in another state.
Neg:_______________________________________________________________________
Inter: ______________________________________________________________________

Aff: My mom ______________ ( watch) tv last night.
Neg:______________________________________________________________________
Inter:______________________________________________________________________

Follow the example
1. What did you do last night?
Ex: Last night I cleaned my house
And you?

What did you do last night?

__________________________________________________


Did you dance last night?
Yes, I did.
No, I did not.

Now it is your turn!

Did you wash the dishes last night?
Yes, _____________.
No, ______________.

Did you work yesterday?
_______________________

VERBOS IRREGULARES 
Siga o exemplo!

Aff: I WENT to Brazil last month.
Neg: I DIDN'T GO  to Brazil last month
Int: Did you go to Brazil last month?

Agora sua vez de praticar!

Aff: They _________ (have) a cup of coffee 5 minutes ago
Neg: They __________ ___________a cup of coffee 5 minutes ago
Int: __________ they ____________ a cup of coffee 5 minutes ago?

What time did you wake up yesterday?
_______________________________________

1ºF, 2ºA,2ºB,2ºC,2ºD - Inglês - Professora Ângela - Present Continuous x Simple Present

Assista aos vídeos abaixo, copie a matéria no caderno, responda aos exercícios e envie para meu email professoraortega@yahoo.com  data entrega: 20/05/2020  NÃO ESQUEÇA DE COLOCAR NOME, NUMERO E SERIE NO EMAIL 




RESOLVER E ENVIAR OS EXERCÍCIOS ABAIXO PARA MEU EMAIL
Exercício: Presente Simples ou Presente Contínuo
1. Complete as sentenças com a forma correta dos verbos no Presente Simples ou Presente Contínuo.
 - Hey Lisa, how (you, do) ?
- Good.  (I, be) a little worried about the exam tomorrow.
- Hmm... Me too, but (I, think) it's going to be ok. Do you want to go out tonight?
- I can't... (I, study) tonight. I still have to read the last chapter of the book.
- Ok. If you change your mind... (We, go) to the theater.
- Cool! What (you, see) ?
- It's a play by Shakespeare.
- Nice! (I, read) Shakespeare right now.
- Which Shakespeare book (you, read) ?
- Hamlet. (it, be) really good.

 Assinale a alternativa correta:

QUESTÃO 2 (UNESP 1996)

He doesn’t __________ anymore.
a) smoking
b) no smoking
c) smokes
d) smoked
e) smoke


3. [EFOMM 2007]
The companies are expanding their business and they __________ all the help they can get. So they __________ several people.
a) need – are employing
b) are needing – are employing
c) needed – are employing
d) are to need – employed
e) needing – employ


4. [PUCPR 2006]
When Carlos has a headache, he __________ some tea.
a) is drinking
b) drank
c) used to drink
d) drinks
e) would drink


5. [UNESP 1988]
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da frase apresentada:
Many countries __________ with nuclear reactors.
a) is experimenting
b) experiments
c) experimenting
d) would experiment
e) are experimenting

7ºC, 8ºA,8ºB,8ºC, 9ªA, 9ºB - Inglês Professora Ângela - Futuro WILL

Assista ao vídeo, copie a aula no caderno e responda aos exercícios e envie para meu email professoraortega@yahoo.com  data entrega: 20/05/2020 NÃO ESQUEÇA DE COLOCAR NOME,NÚMERO E SÉRIE NO EMAIL


COPIAR NO CADERNO DE INGLÊS

Future Will 

O future WILL é usado nas seguintes situações:

  • Decisoes espontaneas 
Ex. Wait, I will help you wash the dishes

  • Uma promessa 
Ex. Santa, if you give me a bike for Christmas,  I promise I will be a good girl next year

  • Incerteza 
Ex. I think I will go to the mall tomorrow night

  • Previsão do futuro
Ex. It will rain tomorrow.

Ou seja, em geral o futuro WILL é usado para aquilo que você não tem muita certeza. When you are NOT SURE. 



Positive
Negative
Interrogative
I will work tomorrow
I will not work tomorrow
Will I work tomorrow?
He/ she/ it will work tomorrow 
He/ she/ it will not work tomorrow 
Will he work tomorrow?
you/ we / they will work tomorrow 
you/ we / they will not work tomorrow 
Will you work tomorrow ?

  • I will not =  I won’t 
  • I will = I’ll 
  • I will not = I’ll not

    ATIVIDADE PARA ENVIAR POR EMAIL EM 20/05/20

     
    Exercícios
    1. Passe para a negativa e interrogativa.

Tomorrow I will go to the grocery store.

Negative form _________________________________________________________________
Interrogative form ______________________________________________________________


I think my brother will come to the party tonight

Negative form _________________________________________________________________
Interrogative form ______________________________________________________________

My mom and my dad will start English classes next year

Negative form _________________________________________________________________
Interrogative form ______________________________________________________________

It will snow next week 

Negative form _________________________________________________________________
Interrogative form ______________________________________________________________


2. Complete as frases usando o futuro will e os verbos em parênteses. 

  1. We __________ (save) the planet.
  2. Tomorrow the sun ____________ (shine) again.
  3. My brother ____________ (visit) me next year.





3. Complete com o verbo adequado.

When I am older … ( Quando eu ficar mais velho …)

  1. Will Help  2. Will Buy  3. Will Have  4. Will Go

  • When I am older I ___________ kids.
  • When I am older I ____________ a house.
  • When I am older I ____________ to Europe.
  • When I am older I ____________ other people.






1°F PORT. PRO TALI - TIPOS DE TEXTO LIÇÃO 3

TIPOS DE TEXTO - LIÇÃO 3 e 4


APÓLOGO

Apólogo é um gênero alegórico em que os personagens são animais, plantas, objetos ou até partes do corpo humano, trazendo um ensinamento de vida por meio de situações semelhantes às reais.
Por meio da utilização de exemplos, o apólogo tem o objetivo de refletir sobre os conceitos humanos, visando modificá-los rumo a uma mudança paradigmática dede ordem moral e/ou social
A origem do apólogo, embora situada no oriente, está presente na literatura de todos os povos. Em termos semânticos, o termo advém do grego apólogos, que significa “narrativa detalhada”, junção de apo, “afastado, para fora”, com Logos, “palavra, discurso”.

Trata-se de um gênero bastante semelhante à fábula, embora, à diferença da última, se concentre em situações reais. Em relação à parábola, a diferença reside no fato de o apólogo tratar de todos os tipos de lição e não apenas questões as religiosas e morais, como no caso da primeira.

Os apólogos são geralmente escritos em prosa, com enredos de considerável força imaginativa, buscando a evolução moral do leitor, por meio do auto-sacrifício, renúncia e abdicação de algo ou alguém por uma causa maior. Daí o caráter moral predominante.

Na Literatura Brasileira, os principais autores que se dedicaram ao gênero são: D. Francisco Manuel de Melo (Apólogos Dialogais, 1721); João Vicente Pimentel Maldonado (Apólogos, 1820); Machado de Assis (Um Apólogo, integrante do volume Várias Histórias, de 1896); e Coelho Neto (Apólogos, 1904).
O conto de Machado, provavelmente o mais célebre apólogo da história da literatura brasileira, narra a história de orgulho, ciúmes e vaidade que levam uma agulha e uma linha a uma polêmica acalorada em que ambas procuram provar sua superioridade em relação à outra. No fim, na ausência de acordo entre as partes, o autor termina com uma lição de moral pesarosa: “Contei esta história a um professor de melancolia, que então me disse, abanando a cabeça: Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!”.
A mensagem contida no conto revela como os sentimentos negativos podem minar uma relação que, a princípio, seria bastante produtiva. A agulha é o complemento natural da linha, de modo que uma precisa da outra para desempenhar sua função a contento. A partir do momento em que uma tenta se sobrepor à outra em termos de importância, quebra-se essa relação e todos saem perdendo.
Por meio de tais narrativas, ensinam-se, sobretudo, lições didáticas de convivência.






PRÓLOGO

prólogo teve sua origem na Grécia Antiga, quando ele era muito utilizado nas obras trágicas para denominar tudo que se desenrolava antes do início das apresentações do coro e da orquestra; neste momento que precede a ação dramática o autor esclarece a temática da peça.
Há vários sinônimos para esta palavra, entre eles prefácio, preâmbulo, proêmio e prelúdio. Este texto conciso que vem antes do discurso principal é considerado a primeira parte de uma obra. Jorge Luis Borges, por exemplo, assumiu a tarefa de escrever o prólogo do clássico de Adolfo Bioy Casares, o que é bem incomum, pois dificilmente um escritor que conquistou o Prêmio Nobel desempenha esse papel no primeiro livro de um autor estreante.

O prólogo se tornou frequente nas criações dramatúrgicas dos séculos XVII e XVIII, normalmente em formato de poesia. No momento em que a peça está prestes a começar, um intérprete ou narrador recita um texto poético dirigido à plateia, produzido pelo autor do espetáculo. É comum que na hora ele elabore observações irônicas e peça a clemência do público no que tange aos ocasionais erros da obra teatral, ou reflita acerca dos assuntos enfocados na peça.
Nesta época havia certa intimidade intrínseca a esta intervenção, a qual demonstrava haver uma empatia social e de ideias com a plateia, praticamente integrada apenas por nobres, algo típico da era em que se desenrolou a Restauração de Carlos II, rei da Inglaterra.

Logo o prólogo, por seu papel no teatro, se estendeu ao gênero literário com o mesmo desempenho a cumprir. Aí também se transformou em um discurso que antecede ou expõe ao leitor uma preliminar sobre a obra. E igualmente começou a indicar, em alguns momentos em um sentido metafórico, introduções ou exposições de qualquer espécie.
Ele pode ser desenvolvido pelo próprio escritor ou por um terceiro. Ao contrário do epílogo, não é indispensável. Muitos livros não apresentam um prólogo, apesar de ser fundamental no sentido de direcionar o público na compreensão das intenções do autor com uma determinada obra ou permitir a ele oferecer ao leitor alguns dados sobre seu mecanismo de criação.
No caso de um prólogo elaborado por outro escritor, é essencial que ele introduza o autor do livro, destaque as particularidades da narrativa e produza uma análise concisa ou uma resenha da mesma. É o criador da obra em questão ou o editor que seleciona aquele que irá compor o prólogo.
É importante distinguir o prólogo da introdução e do prefácio. Os estudiosos deteoria literária consideram o primeiro como uma espécie de paratexto, já que ele está localizado à margem do discurso central.