Prof. Sandro R. Espinoli
Matéria: Língua Portuguesa Série: 8°B - 8°C
Esta aula propõe o estudo dos
contos policiais como forma de aprofundar as noções da tipologia textual narrativa. O objetivo não é só fornecer nomenclaturas e conceitos literários, mas fazer os alunos e alunas refletirem acerca de conhecimentos para ter uma leitura aprimorada sobre textos narrativos. Por essa razão, estou abordando nessa postagem as características dos gêneros textuais romance e conto.
Só lembrando: vamos nos aprofundar sobre o gênero conto. Na próxima postagem, vou dar continuidade sobre o mesmo assunto.
Alunos e alunas do 8°B e 8°C;
Copie no caderno o conteúdo abaixo.
Foco narrativo: é a forma que a história vai ser narrada.
Foco narrativo em 1° pessoa: o narrador é um dos personagens da história. Foco narrativo em 3° pessoa: o narrador não participa diretamente dos acontecimentos narrados.
Quando decidimos que o narrador participará da história, temos um foco narrativo em 1° pessoa. Nesse tipo de texto, o narrador será também um personagem, que pode ser protagonista (personagem principal) ou coadjuvante (personagem secundário) Entretanto, quando queremos que o nosso narrador não participe da história, adotamos o foco narrativo em terceira pessoa. Dessa forma, o narrador não está presente nos acontecimentos narrados e, por isso, assume uma postura objetiva diante dos eventos ocorridos. No foco narrativo em 3° pessoa, o narrador pode ser um mero espectador da história e apresentar os acontecimentos como se fosse uma câmera “filmando” os fatos conforme eles vão ocorrendo. Por isso, ele é chamado de narrador observador. Porém, há um tipo de narrador que conhece toda a história. Seu conhecimento vai além daquilo que se observa nas cenas da narrativa. Ele sabe tudo sobre o cenário, os fatos e os personagens, incluindo os pensamentos destes. Esse é o narrador onisciente.
Texto 1
Continho Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho, do sertão de Pernambuco. Na soalheira danada do meio-dia, ele estava sentado na poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um gordo vigário a cavalo. - Você aí, menino, para onde vai está estrada? - Ela não vai não: nós é que vamos nela. - Engraçadinho duma figa! Como se chama? - Eu não me chamo não, os outros que me chama. (Campos, Paulo Mendes)
Texto 2 (...)
E eu? Eu fiquei, imóvel no meu lugar de uma fila que não mais existia. A final, eu tinha conseguido o segundo lugar, não tinha? Pois aquilo tinha de significar que eu merecia pelo menos o segundo prêmio do concurso, não tinha? Não tinha. A professora, vendo que nada mais havia a fazer, parou de berrar e pôs as mãos na cintura, num suspiro de desalento. De repente, deu pela presença daquele menininho ali, disciplinadamente imóvel, e falou: - Vá, menino! Va procurar os ovinhos. Saí correndo, já com a boca salivando na expectativa do chocolate. (...).
Romance x Conto Romance:
o fundamento do romance é “contar um fato” , que desencadeia outro fato, que ocasiona outro fato.
A estrutura do romance:
- Tem uma trama
- Tem vários personagens
- mais de um espaço
- um tempo narrativo
Conto: é uma narrativa curta e que se diferencia dos romances não apenas pelo tamanho, mas também pela sua estrutura:
Há poucos personagens, nunca analisados profundamente; há acontecimentos breves, sem grandes complicações de enredo; e há apenas um clímax, no qual a tensão da história atinge seu auge.
Espaço Físico: Lugar específico onde se passam os fatos. Trata-se do cenário
Espaço Social: Ambiente no qual os personagens atuam: atmosfera definida por condições sociais, políticas, econômicas, morais e psicológicas dos personagens.
Tempo Cronológico: “Tempo do relógio”, que segue uma linha reta, com durações determinadas. Abrange desde acontecimentos mais remotos até os mais recentes.
Tempo Psicológico: Varia de acordo com o estado de espírito do narrador. (ou personagem) e com a forma como as lembranças ou reflexões são expostas. Ocorrem idas e vindas no tempo, e a sensação temporal varia.