Componente Curricular Sociologia
CMSP – Aula
06/05/2020
Tema: Diversidade nacional
Objetivos Gerais:
- I. Buscar entender o que é diversidade.
- II. A que campo de pesquisa pertence o estudo da diversidade.
- III. Método de pesquisa como objeto de análise (Quantitativo x Qualitativo).
- IV. Apuração e observação de dados coletados (Pesquisa de campo).
- V. Interpretação de dados.
DIVERSIDADE E DIFERENÇA
As temáticas diversidade e diferença não
são novas. No entanto, ganharam atualidade e visibilidade nas duas últimas
décadas do século XX e início do XXI, com o crescente acirramento das lutas
identitárias, culturais, étnicas e raciais, bem como das políticas afirmativas
no Brasil e no mundo. (LIMA, 2010, n/p). Concepções de gênero, etnia e situação
socioeconômica têm sido discutidas como se fossem naturais na sociedade, sem
que sejam problematizadas numa perspectiva histórica. Em muitos
estudos os conflitos são ignorados, sem que se tente compreendê-los como
fazendo parte do caminho para a solução de possíveis problemas. (Abramowicz,
Levcovitz e Rodrigues, 2009, p. 182,183)
A diversidade e a diferença são
concepções amplamente discutidas na modernidade, mas cujo significado ganha
diferentes versões de acordo com os sentidos que se quer atribuir a elas. São
conceitos que mudam a partir do contexto e dos interesses sociais, políticos e
históricos do momento. A sociedade adota, historicamente, “tipos ideais” de ser
humano com parâmetros físicos, psicológicos e de atitude a serem seguidos e
exercitados.
Fonte: Trechos retirados do artigo (SILVA, Lacouth Motta.
“DIVERSIDADE E DIFERENÇA: UM DESAFIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL”, USP).
ALÉM
DA DIVERSIDADE
De forma geral, a diversidade além de
retratar a “variedade genética” dentro das espécies/populações apresenta-se
como uma das características essenciais da própria natureza, pois possibilita
diretamente o equilíbrio dos ecossistemas. “A categoria denominada seres
humanos, do ponto de vista biológico, apenas representa mais uma das espécies
animais do planeta, cuja semelhança entre humanos é tão imensa, que não poderia
sequer dividi-las em raças” (Cardoso, 2011).
A espécie humana depende da
biodiversidade para a sua sobrevivência. As características físicas, sob o
ponto de vista cultural e social, são consideradas como diferenciais (a exemplo
de cor da pele, cabelo, texturas, formas, etc.) não apresentam praticamente
nenhuma importância genética. Assim, com a mesma importância pela qual se deve
tratar a preservação da biodiversidade para a manutenção do equilíbrio da
natureza, faz-se necessário também a valorização da diversidade humana diante
da saúde e riqueza da sociedade moderna. Compreender, e acima de
tudo respeitar a diversidade humana são fatores iniciais e essenciais para
resguardar os direitos humanos, tanto àqueles que se encontram destinados ao
cumprimento de penas privativas de liberdade, quanto daqueles que devem
desempenhar as devidas atribuições para sua realização.
Fonte: Trechos retirados do
artigo (Campanha Educativa: Diversidade Humana. Governo do Estado de São
Paulo), link: http://www.eap.sp.gov.br/cecad/pdf/Compendio_Diversidade_Humana_Outubro.pdf
QUAIS SÃO AS CIÊNCIAS RESPONSÁVEIS POR ESTUDAR, ANALISAR E PROBLEMATIZAR
OS CONCEITOS DE DIVERSIDADE E DIFERENÇA?
1. A História
através da historiografia (Escrita da história), da qual já conhecemos, pois se
faz presente em nossos estudos cotidianos. Busca entender através de fontes
documentais/orais, como surgiu a diversidade, qual período histórico, quem eram
seus atores, em que espaço (região), etc.
2. A Sociologia,
através de pesquisas macroestruturas inerentes à
organização da sociedade, como raça ou etnicidade, classe e gênero, além de
instituições como a família; processos sociais que representam divergência, ou
desarranjos, nestas estruturas, inclusive crime e divórcio; e microprocessos
como relações interpessoais.
3. E a Antropologia
que é um ramo das ciências sociais que estuda o ser
humano e a sua origem de maneira abrangente. Por meio de estudos sobre as
características físicas, a cultura, a linguagem e as construções do ser humano.
Busca determinar, com base em grupos sociais específicos, como se formaram os
seres humanos a ponto de tornarem-se o que são em suas comunidades.
PESQUISAS QUALITATIVAS
E QUANTITATIVAS
Surgida inicialmente no selo da Antropologia e da
Sociologia, estes tipos de pesquisas ganharam espaço em áreas como a
Psicologia, a Educação, e a Administração de Empresas.
Pesquisa Qualitativa: -
Enquanto os estudos quantitativos geralmente procuram seguir com rigor, um plano
previsível estabelecido a pesquisa qualitativa costuma ser direcionada ao longo
de seu desenvolvimento, além disso não busca enumerar ou medir eventos e
geralmente não emprega instrumento estatístico de dados. Nas pesquisas qualitativas,
é frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos segundo a
perspectiva do participante, e assim busca interpretar estes fenômenos. Embora essa abordagem proporcione uma compreensão mais
detalhada das perguntas da pesquisa, ela dificulta a análise dos resultados.
Características:
A) Característica descritiva;
B) Não abrange um número grande de entrevistados;
C) Enfoque indutivo;
D) Não gera dados estatísticos;
E) Não busca apenas medir um tema, mas descreve-lo.
Pesquisa Quantitativa: - Dados quantitativos visam coletar fatos concretos:
números. São estruturados e estatísticos, eles formam a base para tirar
conclusões gerais da sua pesquisa. Utiliza
diferentes técnicas estatísticas para quantificar opiniões e informações para
um determinado estudo. Ela é realizada para compreender e enfatizar o
raciocínio lógico e todas as informações que se possam mensurar sobre as
experiências humanas.
Neste tipo de pesquisa, os meios de coleta de dados são
estruturados através de questionários de múltipla escolha, entrevistas individuais
e outros recursos que tenham perguntas claras e objetivas. E estes devem ser
aplicados com rigor para que se obtenha a confiabilidade necessária para os
resultados.
Características:
A)
Tem como objetivo medir
(mensurar através de dados numéricos) algo;
B)
Não há espaço para
ambiguidades;
C)
Análise de respostas
objetivas (dados numéricos, por exemplo);
D)
Uso de questionários de
múltipla escolha, entrevistas individuais;
EXEMPLO DE PESQUISA
QUANTITATIVA
As pesquisas de intenção de voto (comuns durante o período eleitoral)
e alguns dos estudos censitários feitos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) ou IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) são
exemplos de pesquisas quantitativas.
Fonte:
IBGE (Instituto
brasileiro de Geografia e Estatística). Link https://www.ibge.gov.br/
IPEA (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada). Link https://www.ipea.gov.br/
PORTAL SIGNIFICADOS: https://www.significados.com.br/pesquisa-quantitativa/
NEVES, Jose Luís. “Pesquisa qualitativa. Características, usos
e possibilidades”. FEA-USP. São Paulo, v1, n°3, 2°SEM./1996.
Analisemos o gráfico:
Fonte:
IBGE (Estatística sociais da população – Tabua
completa de mortalidade. 2018).
ATLAS DA VIOLÊNCIA 2019 POR MUNICÍPIOS (IPEA)
TAXA DE HOMICÍDIOS NAS CAPITAIS EM 2017
O Atlas da Violência 2019 do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra as taxas de homicídios
em cada um dos 310 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.
Embora tenha sido divulgado em 2019, a taxa de assassinatos foi calculada com
dados de 2017.
Ø Podemos,
portanto, observar que:
v Através
da pesquisa efetuada pelo IGBE, podemos analisar quantidade e expectativa de
mortalidade/vida dos jovens brasileiro em idade de 15 a 18 anos em âmbito nacional;
v Quanto
maior a idade, menor a probabilidade de atingir a média de 60 anos;
v Observe
que os óbitos quase dobram entre a faixa de 15 anos em comparativo com a faixa
de 18 anos.;
v Quando
observado o mapa do IPEA percebemos a escalada da violência no Nordeste;
v A
tendencia a diminuição da violência na Região Centro-Oeste;
v Comparado
com os dos do IBGE, pode de se verificar que a uma tendência maior de violência
em escala crescente de pessoas de 0-20 anos nas regiões Norte e Sudeste;