ELETIVA DE TEATRO - PROFESSORA REBECA RIGHETTI RAMOS - 9
Caras e caros alunos,
Vocês sabem como foi o TEATRO NO SÉCULO XX?
O Teatro no século XX se espalhou pelo mundo inteiro, tendo sido construída uma variedade imensa de gêneros e movimentos com diferentes características, fundamentos teóricos e práticos. Grandes autores também trabalharam durante este período. Nesta aula, citaremos alguns destes
movimentos teatrais, assim como alguns de seus principais representantes.
NATURALISMO
Do final do século XIX até o começo do século XX, ganhou força na literatura e no teatro a corrente Naturalista, como uma intensificação da corrente realista, da qual falamos na aula passada.
É fácil reconhecer um texto naturalista, desde que ele contenha os seguintes elementos: cientificação do comportamento humano, com a influência das teorias darwinistas que surgiram nessa época; a linguagem direta e clara, ao mesmo tempo em que se descreve cada característica a ser passada com bastante enfoque; e a forte influência do meio no comportamento dos personagens.
No teatro, o realismo cênico exige a intensificação da transmissão de realidade na atuação em comparação ao realismo, reprodução exata do comportamento através da atuação, como se os personagens realmente existissem fora do palco.
O fundador desta corrente foi o escritor libertário francês Émile Zola, tendo ela posteriormente importantes autores como os russos Tolstói e Gorki, além do alemão Gerhart Hauptmann.
Foto de Émile Zola
EXPRESSIONISMO
O movimento artístico expressionismo surgiu na Alemanha, começo do século XX, também como forma de denúncia social. O movimento rompe com realismo e naturalismo e coloca na prática teatral elementos como o exagero, a subjetividade, a utilização de elementos cinematográficos em cena para a demonstração dos sentimentos dos artistas, assim como a abstração e o questionamento da essência humana. A intenção do expressionismo é atingir a platéia para provocar a reflexão sobre valores humanos.
O expressionismo tem uma herança forte no romantismo, ao passo que procura trabalhar com a demonstração de emoções e subjetividades humanas. Ao mesmo tempo, rompe com o realismo também pelo fato de que seus atores podem assumir formas outras além dos personagens humanas que interpretam, dando vida a objetos e questionando a realidade.
Alguns dos principais autores de teatro expressionista são: August Strindberg, Carl Sternheim, Georg Kaiser e Eugene O'Neill.
SURREALISMO
O movimento surrealista surge na Europa,pós Primeira Guerra Mundial, no início do século XX, com a intenção de questionar a realidade. Em 1924, o escritor André Breton lança o “Manifesto Surrealista”, que propõe dar asas ao pensamento, deixando-o livre dos limites do real e da razão, sendo ele expresso em qualquer forma artística. O movimento surrealista é bastante influenciado pela psicanálise, tendo como objetivo colocar em vista o inconsciente humano através da liberdade de pensamento e de movimentos e gestos espontâneos.
Antonin Artaud foi um importante nome do teatro surrealista, tendo criado o Teatro da Crueldade. Artaud levava a plateia para dentro do palco com o objetivo de despertar o que havia de mais reprimido em suas mentes, criando uma espécie de ritual para que expressassem fisicamente em cena o que tinham de mais guardado dentro de si.
Outros autores importantes para o surrealismo no teatro foram: Frederico Garcia Lorca, Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire,. Raymond Roussel, entre outros.
Foto de Artaud.
FUTURISMO
O “Manifesto dos Dramaturgos Futuristas”, assinado em 1911 por Filippo Tommaso Marinetti, defendia um teatro rápido, ágil, como síntese da vida e não como uma fotografia estática. Era importante para este movimento artístico a fluidez cênica, assim como a improvisação. O teatro futurista deve envolver e surpreender o público.
O Futurismo é elemento ensinado para atores em jogos teatrais de improvisação, em cursos regulares de teatro, dando maior autonomia ao autor em relação ao texto.
Alguns dos principais nomes do teatro futurista são Emilio Settimelli, Bruno Corra e o próprio Marinetti.
STANISLÁVSKI
Desenvolvido no início do século XX, o sistema de atuação desenvolvido pelo russo Constantin Stanislavski é um método de realismo cênico que influencia até hoje atores de teatro, cinema e televisão, sendo parte de sua formação básica.
Segundo o método Stanislavski, o ator deve usar de imaginação e memória para compor o personagem, passando a eles a maior veracidade possível. É necessário que o ator realmente sinta aquilo o que está querendo passar para o público durante a cena. Para isso, cria-se métodos como a criação de uma história particular do personagem antes da cena e procura-se dentro de si um sentimento já vivido de maneira semelhante ao que se deve expressar para fazê-lo com mais facilidade.
Maiores informações sobre o método Stanislavski podem ser encontradas em sua obra “A preparação do Ator” e nas demais obras que lançou a respeito da teoria teatral.
Foto de Stanislavski
TEATRO ENGAJADO
Após a Revolução Russa, que instaurou o socialismo de Lénin na Rússia a partir de 1917, o teatro russo começou a ganhar novas características. Um dos principais nomes deste período foi Meyerhold. O autor, que no passado chegou a montar peças de marionetes e bonecos com o Serguei Obrastov, rompeu com o método de Stanislavski, adicionando ao teatro russo características como a representação do povo em seus textos e o domínio da razão e de gestos calculados quase matematicamente em cena. Meyerhold montou peças com obras de autores importantes para a literatura russa, como Maiakovski.
TEATRO ÉPICO DE BRETCH
Na Alemanha, temos um dos maiores nomes do teatro do século XX, Bertolt Bretch. O marxista desenvolve seu teatro épico, sendo influenciado pelo teatro experimental russo e por nomes como Meyerhold e Piscator. Suas peças eram tidas como experimentos sociológicos e só eram completos através da experiência cênica, com atores, trilha, plateia, luzes. O objetivo das peças era o desenvolvimento crítico.
Na tabela abaixo temos algumas características do teatro épico em oposição ao teatro dramático.
Foto retirada do livro “História Mundial do Teatro”, de Margot Berthold.
TEATRO DO ABSURDO
Na segunda metade do século XX, entra em uso ao redor do globo uma prática teatral que envolve em suas peças temas existencialistas, colocando personagens em situações complicadas, ao mesmo tempo trágicas e cômicas.Suas cenas são reflexivas e não necessariamente estão conectadas. Este tipo de teatro é bastante montado até hoje e foi denominado como “Teatro do Absurdo”.
Alguns dos maiores nomes do Teatro do Absurdo são Guillaume Apollinaire, Arrabal, Samuel Beckett, entre outros.
ATIVIDADE
Assista ao documentário “A vida de Bertolt Bretch” e escreva um comentário sobre sua obra. Pode ser feito no caderno ou no computador, enviado por Whatsapp ou e-mail.
Também pode ser respondido no seguinte google forms:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc92OtCt3fuLPVLlHYOZCl79EVTlvPjSOqyLK2H3lI9HfxCvg/viewform?usp=sf_link
Nenhum comentário:
Postar um comentário